Uma medalha à altura  do soldado Gustavo

Opinião

Edson Brum

Edson Brum

Único deputado estadual do Vale do Taquari

Assuntos do cotidiano e política

Uma medalha à altura do soldado Gustavo

O soldado Gustavo de Azevedo Barbosa Júnior, de 26 anos, não alcançará o oficialato da Brigada Militar. Não fará cursos, não será promovido, não ostentará na farda novas medalhas, não efetuará mais prisões. Roubaram-lhe tempo. Sua vida foi interrompida na madrugada do último dia 10, em Porto Alegre, quando ele e o colega de patrulha abordavam um carro sob suspeita de roubo. O disparo da arma de um criminoso acertou Gustavo no rosto. Ele foi levado ao HPS, mas não resistiu ao gravíssimo ferimento. Júnior, que levava o nome do pai, não teve tempo de deixar um herdeiro que pudesse ser batizado de Neto. Sua esposa, viúva, fica só, estupefata ante o cruel toque da tragédia.
Antes de Júnior, ainda em 2019 outros três policiais foram mortos em serviço no Rio Grande do Sul. Mais do que baixas na guerra contra a violência, estes episódios representam uma resposta do crime a ações do Estado que começam a dar resultado.
Nos últimos anos, a área da Segurança Pública recebeu grandes investimentos. A mancha da atuação criminosa foi redesenhada sob os mais modernos e eficientes processos de inteligência e investigação. O policiamento ostensivo está mais visível nas ruas: mais e melhores viaturas, mais policiais com equipamentos melhores. Os índices gerais do mapa da violência mostram que, aos poucos, infelizmente não na velocidade que gostaríamos, o crime vai deixando de ser um negócio sem risco.
Como também acontece nos negócios legítimos, ninguém gosta de perder. E a reação dos criminosos, que têm seus terrenos ameaçados pela ação cada vez mais eficiente das forças policiais, tende a ser tão mais violenta quanto maior for a imposição da lei. Já sabemos que grades e cercas não bastam. Precisamos perseverar nesta boa batalha, a batalha contra os criminosos.
Continuar, seguir em frente, é a melhor e mais corajosa resposta à morte deste corajoso policial. E precisamos fazer isto não apenas para que nossas famílias tenham dias mais tranquilos, com mais segurança, mas também para que tenha sentido o sacrifício imposto ao bravo soldado Gustavo de Azevedo Barbosa Júnior; como forma de respeito à dor que agora lacera seus familiares e seus amigos, como uma justa distinção que ele jamais terá oportunidade de receber. Ele certamente não desejaria mais alta condecoração. Uma medalha à altura do seu sacrifício.

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