Nunca é demais falar bem do nosso jardim. Com uma população que logo mais deve beirar os 400 mil habitantes, o Vale do Taquari tem uma infraestrutura logística de dar inveja a outros centros do país e América Latina. Poucas são as regiões já beneficiadas com a presença de modais rodoviário, hidroviário, ferroviário e aeroviário, instalados dentro um raio inferior a cinco quilômetros. Tudo conquistado com a união de esforços entre políticos, empresários e sociedade civil, mas que hoje resta subaproveitado.
Nada disto surgiu à toa. Nosso principal modal, a rodovia BR-386, por muito pouco não teve seu traçado construído muito aquém das expectativas do Vale do Taquari, em especial da cidade polo, Lajeado. Hoje é quase impossível imaginar nosso progresso – passado e futuro – sem a presença desta estrada federal, conquistada graças à perseverança política e empresarial de nossos representantes ainda na longínqua década de 60.
A Ferrovia do Trigo também tem um enredo peculiar. Traçados ferroviários passando por essas bandas já eram discutidos no início do século passado, mais precisamente a partir de 1911. Chamada pela imprensa gaúcha de “A Obra do Século”, a linha férrea sempre foi debatida como uma forma de diminuir a distância entre Porto Alegre e Passo Fundo – dos 680 km por estrada para 291 km pelos trilhos. O Vale, entretanto, não quis ser um mero coadjuvante desse enredo.
O Vale, a bem da verdade, foi a grande pedra no sapato. Desde o convênio entre o Desdern Bank e o Banco da Província do RS, em 1911, passando pela eclosão da 1ª Guerra Mundial, o projeto foi reestudado a finco pelos engenheiros do extinto Departamento Nacional de Estradas de Ferro (DNEF). Muitos eram contra o trecho entre Roca Sales e Guaporé, devido ao relevo acidentado. Outra vez, a união de políticos e empresários foi fundamental para que a obra contemplasse, a pleno, o Vale.
Inclusive com o quarto maior viaduto férreo do mundo.
A história do Porto de Estrela também tem suas peculiaridades. Segundo reza a lenda, por se tratarem de “inimigos de trincheiras” – MDB versus ARENA, e também por questões mais bairristas –, o então prefeito de Estrela, Gabriel Mallmann, e o presidente da república, Ernesto Geisel, divergiram muito sobre a necessidade da obra. Mas a união entre outros políticos regionais com empresários garantiu o empreendimento.
Já o modal aeroviário foi motivo de “brigas” entre gestores de Lajeado e Estrela, e teve como pano de fundo o próprio modal hidroviário. Em 1975, o então aeródromo regional estrelense ficava em uma área que foi desapropriada para a construção do porto, situação que gerou queixas por parte de Gabriel Mallmann. Do outro lado do Taquari, o então prefeito Alípio Hüfner percebeu a oportunidade, e passou a pleitear a transferência do modal para o bairro Carneiros, em Lajeado.
Todos sabem o resultado desse embate regional. A articulação na margem estrelense do rio venceu a queda de braço e um novo aeródromo foi construído em Estrela. Mas hoje, assim como a rodovia, a ferrovia e a hidrovia, nossa conexão aérea está subaproveitada. Talvez seja essa a hora de retomar os esforços conjuntos e regionais entre políticos, empresários e sociedade civil na busca por um aproveitamento sustentável de nossos modais, garantindo mais riquezas, empregos e qualidade de vida à população do nosso Vale.
Fepam, Amvat e EGR
A próxima Assembleia Geral da Amvat foi confirmada para o dia 26 de julho, às 8h30min, na sede da associação, em Estrela. Na ocasião, estará presente a presidente da Fepam, Marjorie Kauffmann, para explicar sobre diversos processos ambientais envolvendo os municípios do Vale do Taquari. Já no dia 1º de agosto, os gestores se encontram com o Secretário de Governança do RS, Cláudio Gastal. Na pauta, os serviços da EGR na região.
Rota do Peixe
Nesta segunda-feira, dia 15, em Bom Retiro do Sul, será realizado um jantar com a presença do advogado Mauro Hauschild, ex-presidente do INSS. A pauta do encontro é a Reforma da Previdência e seus desdobramentos. Na oportunidade, serão servidos pratos diversos de peixes, produzidos dentro do empreendimento do – também – ex-Advogado-Geral Adjunto da União, a “Hauschild Agroflorestal”. Sobre isso, a ideia é criar um roteiro turístico e gastronômico naquela cidade.
O parque da “Fenal”
Os moradores mais antigos costumam chamar o Parque do Imigrante, em Lajeado, de uma forma mais peculiar: “Fenal”. O nome se deve a Feira Nacional de Laticínios e Exposição Agro Industrial do Alto Taquari (Fenal), cuja primeira edição ocorreu em 1966. A imagem é do anúncio criado por meio de um concurso, vencido por Hartmut Reeps.
Pacto Pela Paz & Pro_Move
Em fevereiro deste ano o governo de Lajeado firmou um contrato de R$ 230 mil com a empresa Alberto Kopittke e Associados – Consultoria em Segurança Pública. Nessa quinta-feira, foi publicado um novo contrato com a mesma empresa, dessa vez no valor de R$ 699 mil. Somados, serão quase R$ 930 mil repassados para os formuladores do Pacto Pela Paz.
O valor servirá para o treinamento sócio emocional de 850 pessoas com as características da cidade, e para implantar programas de “Justiça Reparativa” e “Educação Empreendedora” em todas as escolas – mais de 10 mil alunos –, conectando o Pacto Pela Paz com o Pro_Move Lajeado. Diante desses números, as expectativas e cobranças pelos resultados aumentam.
Exagerei!
Na coluna de ontem, escrevi que eram 200 soldados da BM em formação no Vale do Taquari. Este número, na verdade, era a expectativa inicial dos idealizadores. Hoje, são 86 alunos em treinamento em Lajeado.
Turismo no Vale
Três profissionais que dominam o tema sobre as redes sociais vão participar de encontro no dia 29 de julho, às 19 horas, na CIC de Teutônia. Na pauta, o uso das ferramentas da internet para divulgação e aceleração do turismo. Já no dia 1º de agosto haverá encontro entre gestores e empreendedores do ramo turístico em Westfália, com a presença de representantes do Sebrae e da Amturvales.