Feiras consolidam potencial econômico da piscicultura

consumo aumenta

Feiras consolidam potencial econômico da piscicultura

Venda permanente durante o mês atende busca do mercado

Feiras consolidam potencial econômico da piscicultura

Sempre que chega a segunda sexta-feira do mês, o industriário Akib Ahmed, 34, cumpre uma rotina. Encontra um horário durante a manhã para ir até o Centro de Lajeado, onde ocorre a Feira do Peixe Vivo. Natural de Bangladesh, ele reside há quatro anos na cidade e é um entre muitos consumidores que vão ao local em busca de um alimento de qualidade.
O consumo do peixe cresce na região. A piscicultura ganha espaço e as feiras proporcionam um complemento à renda dos produtores. Em Lajeado, a atividade é realizada desde a Semana Santa do ano passado.
A feira é desenvolvida numa parceria entre governo municipal e Emater/RS-Ascar. A comercialização é feita pela Associação de Piscicultores de Sério, que abastece o tanque com uma média de 400 quilos de peixes vivos por edição, entre carpas capins, húngaras, cabeçudas e prateadas.
11_AHORA
“Iniciamos no ano passado e notamos que melhora a cada mês. Já existia uma feira em Lajeado, mas como a produção era pequena, faltava produto. Aí a Emater nos procurou e ofertou este espaço”, comenta o presidente da associação, Claudiomiro Stoll, destacando também o apoio dos ex-secretários de Agricultura, Adi Cerutti e Carlos Kayser.
A entidade tem 21 associados em Sério. Stoll conta com quatro açudes em sua propriedade, na localidade de Paredão. “Tenho peixes menores, mas consigo tirar até 3 mil quilos por ano”, garante.

Costume dos imigrantes

Entre a clientela fiel da feira, estão muitos imigrantes que residem em Lajeado, caso de Ahmed, que reside com a esposa e a filha. “No Bangladesh, temos o costume de consumir mais peixe, por isso gosto muito de comprar aqui, pois tem muita qualidade”, explica, indicando a sua preferência por fazê-lo frito.
Mas os lajeadenses também se interessam pelo produto. Moradora do Centro, Dalva de Bairo, 66, compra peixe com maior frequência. O alimento não pode faltar no cardápio semanal da família. “Lá em casa todos gostam muito E todo mês venho até a feira”, salienta.

Tradição de duas décadas

No Vale do Taquari, o incentivo à piscicultura encontra, em Estrela, um aliado de longa data. O município tornou-se uma referência regional quando o assunto é feira do peixe. A Praça Professor Henrique Roolart, no Centro, virou ponto de parada obrigatório de consumidores aos sábados.
Segundo o secretário municipal de Agricultura, José Adão Braun, a divulgação das feiras ocorre sempre com boa antecedência, ajudando a atrair mais clientes. “Fazemos conforme a disponibilidade. Não dá para colocar peixe que não esteja em boas condições”, explica.
O pico da feira do peixe é no período da Semana Santa, quando a comercialização chega a ocorrer por mais de um dia consecutivo. “É uma oferta que atende não somente a demanda de Estrela, mas da região”, cita.
No restante do ano, é montado um cronograma entre os piscicultores, que se revezam nas feiras. A secretaria conta com um funcionário que se encarrega de acompanhar e monitorar a qualidade dos peixes, além de orientar os produtores.

Duas a três vezes por semana

A proteína é um dos nutrientes que torna o peixe um alimento saudável. Contudo, diferente das carnes vermelhas, ele não tem gorduras saturadas. Para a nutricionista Franciele Machado, coordenadora do Ambulatório de Nutrição do Centro Clínico da Univates, o indicado é o consumo do alimento de duas a três vezes por semana.
“As gorduras saturadas favorecem problemas cardiovasculares, e o peixe não possui isso. Tem várias vitaminas, minerais e o omega-3, um ácido que tem várias funções benéficas no organismo, auxiliando em quadros médicos de depressão e redução no declínio cognitivo, por exemplo”, explica.
Franciele comenta também que o ideal é preparar o peixe assado, grelhado, cozido ou ensopado.
“Se ele for frito, mantém seus benefícios, mas aumenta o valor calórico por conta da gordura”, cita. Outra recomendação é que o alimento seja consumido junto com legumes e temperos.
 

MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br

Acompanhe
nossas
redes sociais