Uma família unida pela sopa

Tradição

Uma família unida pela sopa

Na casa da comerciante Maria Lettrari Fin, 53, a sopa não é apenas um alimento para aquecer o corpo. É também um elo entre os irmãos e uma forma de dar seguimento a uma tradição gastronômica que se iniciou com sua mãe.

Uma família unida pela sopa

Na casa da comerciante Maria Lettrari Fin, 53, a sopa não é apenas um alimento para aquecer o corpo. É também um elo entre os irmãos e uma forma de dar seguimento a uma tradição gastronômica que se iniciou com sua mãe.
Moradora de Lajeado há 35 anos, ela conta que cresceu na região de Daltro Filho, quando a área ainda pertencia a Garibaldi. A confecção de capeletti era uma rotina que ela acompanhou de perto. Enquanto as irmãs auxiliavam no recheio, Maria ajudava a fechar.
A massa recheada em forma de chapeuzinho era o principal ingrediente da sopa, iguaria que ajudava a encarar o rigoroso inverno serrano. Como legítima ‘gringa’, ela dá a dica para que o brodo (caldo) fique saboroso. “O segredo é deixar ferver bastante, de duas a três horas. E se for no fogão a lenha, melhor ainda.”
A carne fervida nesse caldo também é aproveitada, é a carne lessa. Quando fica bem macia, é retirada do caldo e servida, junto à sopa. Maria costuma usar o que tem disponível, com preferência para cortes de galinha caipira, como asinha e coxa. Além disso, ponta de peito e ossobuco também ajudam a dar gosto ao preparo.
Até hoje, conta, quando ela visita a mãe, em Imigrante, a sopa é o prato de entrada em dias frios. E cerca de duas ou três vezes ao mês, Maria recebe familiares e amigos para a típica noite de sopas, aos domingos.
Quando não é sopa de capeletti, o prato da noite é a sopa de macarrão – ambos caseiros, porém comprados. Para dar sabor, Maria usa o tomate, a cebola e o tempero verde, como aprendeu com a mãe. Na hora de servir, esses complementos são retirados, e apenas a massa e o caldo vão para o prato. “A gente pegou o gosto da mãe. Ela nunca usou noz mocada, então eu sou até meio chata na hora de comprar, porque peço sem noz moscada.”
Ao lado da sopa e da carne lessa, é servido o pien. Típico prato italiano, é mais comumente feito de frango, mas também pode levar carne vermelha. Depois de cozida, a carne é moída e misturada a temperos, ovo e pão ralado. Depois, a mistura é moldada em forma de salame e pode ser cozida no brodo. Depois de pronto, é servido em rodelinhas.
Muita gente envolve com papel alumínio, mas o preparo ‘raiz’ leva palha de milho. “A mãe passa água fervendo na palha e depois embrulha o pien. Dá muito sabor”, afirma. Para completar a refeição, pão colonial e uma boa taça de vinho.
 

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