Segurança permanente

Editorial

Segurança permanente

Por cerca de três meses, o Vale do Taquari experimentou uma sensação de segurança próxima do ideal. Os quase 90 soldados da Brigada Militar em formação em Lajeado saíram às ruas das principais cidades da região para o estágio supervisionado.…

Por cerca de três meses, o Vale do Taquari experimentou uma sensação de segurança próxima do ideal. Os quase 90 soldados da Brigada Militar em formação em Lajeado saíram às ruas das principais cidades da região para o estágio supervisionado. A presença ativa de jovens homens e mulheres de farda gerou na comunidade local o sentimento de proteção.
No entanto, esse período pode estar com os dias contados. O curso de formação dos novos integrantes da corporação gaúcha, que tem Lajeado como uma das cinco sedes em todo o estado, se aproxima do fim. Em menos de um mês, ocorre a cerimônia de formatura dos alunos-soldados, que voltarão a Porto Alegre para serem redistribuídos pelo território gaúcho.
Mesmo que inaceitáveis, o Vale ainda preserva índices de violência brandos em relação a outras áreas do RS. É muito provável – e justo –, como no caso dos policiais civis recém empossados, que a maioria do reforço seja destinada às zonas mais conflagradas.
Espera-se do Piratini, contudo, equilíbrio e harmonia na definição dos destinos dos novos agentes. Uma região produtiva e próspera como o Vale, por exemplo, que contribui de forma significativa com a economia gaúcha, não pode ser esquecida pelo comando estadual.
Atualmente, o déficit de servidores da segurança pública no Rio Grande do Sul está em quase 50 %. Há menos policiais hoje do que nos anos 80. Por outro lado, a população cresceu e, por consequência, a criminalidade também.
Enquanto as atenções se voltam aos grandes centros urbanos, a criminalidade avança para o interior. Somente no ano passado, mais de dez assaltos a bancos em cidades da região foram cometidos, justamente pela falta de policiamento ostensivo nas ruas. Cada vez mais ousados, os bandidos já conhecem as dificuldades e limitações da cobertura policial e atacam os locais mais vulneráveis.
Diante desse cenário, é preciso reconhecer o esforço que líderes regionais fazem para proteger a tão valiosa qualidade de vida ainda atribuída ao Vale do Taquari. Investimentos em equipamentos, tecnologia e inteligência, porém, são importantes, mas insuficientes. Nada substitui a presença ostensiva da polícia, para coibir as ações criminosas e tornar os ambientes mais seguros.

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