O governo estadual empossou nesta semana 402 policiais civis. Conforme o Piratini, em questão de dias, os novos inspetores e escrivães já passarão a atuar nas delegacias gaúchas. Ao mesmo tempo em que o reforço é comemorado para fortalecer a corporação, especulam-se quais serão os destinos dos novos agentes.
Não é de hoje que a Polícia Civil atua em todo o RS com defasagem de pessoal. Longe de resolver o problema, o reforço anunciado apenas ameniza a carência de recursos humanos de um órgão fundamental para o combate à criminalidade. Se equipamentos, tecnologias e investimentos em inteligência são importantes, mais agentes são indispensáveis.
Conforme a estratégia da atual gestão do Executivo estadual, serão priorizados os 18 municípios gaúchos que compõem o chamado “eixo da criminalidade”, dentro do projeto RS Seguro. Felizmente, nenhuma cidade do Vale está na lista. Por outro lado, representa que a região terá de esperar mais um pouco em relação a uma ampliação mais significativa de pessoal.
Com uma defasagem de mais de 40% no efetivo, tanto a PC como a Brigada Militar trabalham no limite, na lógica do “cobertor curto”.
Em todo o estado, o efetivo ideal da PC é estimado em cerca de 9,7 mil agentes. Contudo, mesmo com o novo reforço, a corporação vai contabilizar pouco mais de 5,3 mil.
Os reforços abririam a possibilidade de implantação da tão sonhada Draco, que colocaria em outro patamar o combate ao crime organizado, que se expande de forma preocupante pelo território regional.
Outra esperança está no processo de formação dos soldados da Brigada Militar, que ocorre em Lajeado. O Vale espera conseguir manter pelo menos uma parcela dos novos brigadianos.
Mesmo fora da área considerada mais violenta, a pressão exercida pelas lideranças locais pode ter feito a diferença para que o Vale não fique esquecido. Ainda sem confirmação, estima-se que pelo menos cinco policiais civis passem a atuar na região. O número ainda é insuficiente, mas que sejam muito bem-vindos os novos agentes.
