Quatro relógios avaliados em quase R$ 2 mil e cinco pares de tênis de marcas famosas. O que parecia uma venda para bater a meta se transformou em prejuízo. Três pessoas, dois homens e uma mulher, falando espanhol e alegando ser da Argentina, entraram em uma loja no centro de Lajeado no fim da tarde desse sábado.
“Eles queriam comprar em dólares. Disseram que não tinham cartão de crédito para não pagar anuidade. Pechincharam, pediram descontos à vista. Quem aplica golpe não faz isso”, diz a gerente do estabelecimento.
O proprietário da loja, um empresário da Serra Gaúcha, foi consultado. Acompanhou a negociação pelas câmeras de vigilância e autorizou a venda. “Eu fiquei com o pé atrás. Disseram que eram de Buenos Aires, deram referências. Parecia uma família de turistas mesmo”, relembra.
Ao todo, a venda foi de quase R$ 8 mil. Os “clientes” pagaram com 2,4 mil dólares. As notas foram conferidas com luz neon, caneta detectora de notas falas. Os detalhes também foram pesquisados na internet. O papel também era diferente e a gravura parecia verdadeira.
O golpe só foi descoberto ontem, quando o proprietário da empresa foi a uma casa de câmbio de Caxias do Sul. “Era muito bem feita. Uma falsificação difícil de reconhecer”, diz a gerente. O assunto será registrado na delegacia da cidade serrana e será remetida para Lajeado.
Conforme testemunhas, na semana passada, um grupo de argentinos estava mesmo na cidade. Eles estariam acampados nas proximidades da avenida ACVAT, no bairro Americano.
Investigação na Serra
A Polícia Federal (PF) apura a suspeita do uso de dólares falsos na Serra. Em março, um feirante tentou trocar notas da moeda em uma casa de câmbio. O comerciante teria sido vítima de um golpe.
Pelo que apurou a investigação, um homem teria oferecido US$ 2,5 mil em cédulas de US$ 100. Em troca, queria R$ 1,5 mil.
Conforme reportagem do jornal O Pioneiro, um funcionário da casa de câmbio recebeu as cédulas para fazer a contagem e percebeu que tratava-se de uma falsificação. Todas as notas tinham a mesma numeração.
FILIPE FALEIRO – filipe@jornalahora.inf.br