As dificuldades financeiras enfrentadas pelo grupo calçadista Paquetá The Shoe Company resultou em um pedido de recuperação judicial, a fim de buscar uma solução para a crise e possibilitar a retomada do crescimento. Contudo, a ação respingou em unidades espalhadas pelo país, como a de Teutônia, que teve 59 funcionários demitidos.
Além de perderem o emprego, os trabalhadores também não receberam os valores aos quais teriam direito, o que aumentou a preocupação e a indignação.
Por isso, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Calçadistas de Teutônia (Siticalte) ingressou com uma ação judicial para que estes sejam habilitados nos passos da recuperação judicial. O processo vai tramitar na Comarca de Sapiranga, cidade onde o grupo está sediado.
“A fábrica fechou um dos setores de costura e a empresa comunicou os funcionários da demissão, alegando que estão nesse processo de recuperação. A unidade empregava mais de 200 pessoas”, comenta o presidente do Siticalte, Roberto Müller.
O Grupo Paquetá opera com sua fábrica desde 1984 em Teutônia e, no auge da produção, chegou a empregar 1.950 pessoas. Conforme Müller, o Siticalte ainda não fez um levantamento de quanto cada trabalhador tem a receber da empresa.
74 anos de existência
Com sede em Sapiranga, na Região Metropolitana de Porto Alegre, o grupo Paquetá possui 74 anos de atuação. Possui 11 indústrias no RS, na Bahia e no Ceará, além de 148 lojas próprias e 86 estabelecimentos franqueados.
A empresa conta com mais de 10 mil funcionários e tem um faturamento superior a R$ 1,3 bilhão por mês. Entretanto, acumula uma dívida de R$ 638,5 milhões e, no ano passado, chegou a demitir 600 pessoas.
O pedido de recuperação judicial está sendo articulado há cerca de 10 meses, de acordo com o advogado e porta-voz da empresa, Márcio Carpena. O grupo não descarta a venda de ativos ou de parte do negócio, embora isso não seja uma prioridade.
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br