Pista simples, de alto fluxo pesado e com empresas instaladas às margens. A ERS-130 tem limitações e impacta na economia regional, em especial de Arroio do Meio. “A região gera riquezas. Produzimos muito e precisamos de mais atenção do Estado”, diz o presidente da Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), Pedro Barth.
As condições das rodovias estaduais pedagiadas será o assunto central da reunião da comitiva do Vale com o governador Eduardo Leite. O encontro está marcado para o dia 30 de julho. “Ficamos meio ano tentando uma agenda. Agora conseguimos.”
De acordo com ele, é preciso de um plano urgente para melhorias na rodovia que liga Encantado a Lajeado, em especial no trecho urbano de Arroio do Meio. “As condições da ERS-130 inviabilizam as empresas.”
Funcionário do setor de logística de uma indústria na ERS-130, Afonso Vieira, confirma as dificuldades. Segundo ele, a chegada e saída de caminhões são prejudicadas devido ao alto fluxo. Outro problema é a limitação do tamanho dos veículos.
“Contratamos fretes do centro do país e temos dificuldade em receber, pois a via não comporta.”
Para ele, o gargalo no trecho urbano prejudica tanto as empresas como os condutores. “Há muitos acessos. O perigo de acidentes é constante”, afirma. Ele, inclusive, se acidentou quando chegava ao trabalho. Estava em uma motocicleta e foi atingido por um automóvel.
A comitiva regional será composta por integrantes de instituições de classe, da Associação dos Municípios do Vale do Taquari e do Codevat. A demanda central é o plano do governo estadual quando às concessões das rodovias.
Prazo de oito meses
Em reunião com líderes regionais no fim de maio, o secretário estadual de Governança e Gestão Estratégica (SGGE), Cláudio Gastal, afirmou que o tempo médio para preparar um programa de concessão é de oito meses. A EGR administra cerca de 700 quilômetros.
Na ocasião, Gastal disse que lançar um modelo único para substituir com agilidade essa metragem é um erro estratégico. Na avaliação dele, se repassaria uma área com alto fluxo e alta rentabilidade enquanto rodovias com menor potencial econômico seriam deixadas de lado pela iniciativa privada.
Para ele, o ideal seria unir trechos rentáveis com outros de menor movimento, como uma forma de equilibrar o interesse das concessionárias.
O Executivo gaúcho lançou em março a concessão das ERSs-287 e 324. Pelo projeto, as estradas serão repassadas à iniciativa privada por 30 anos. A previsão é de um investimento de R$ 2,2 bilhões nas rodovias.
Pelos cálculos do Codevat, o desembolso dos motoristas por quilômetro rodado nas estradas da EGR no Vale é duas vezes mais caro do que o estipulado nas concessões das 287 e 324. Fica em R$ 0,30, sem garantia de obras de infraestrutura. Na concessão da 287 e 324, o custo por quilômetro rodado fica em torno dos R$ 0,15.
Duplicação na gaveta
Em agosto de 2012, a CIC-VT firmou convênio com sete cidades lindeiras à ERS-130 para elaborar o projeto de duplicação das ERS 130 e 129, entre Venâncio Aires e Muçum. O trecho possui 70,3 quilômetros. Venâncio Aires, Mato Leitão, Cruzeiro do Sul, Lajeado, Arroio do Meio, Encantado e Muçum pagaram os estudos prévios de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental, e o Relatório Técnico Ambiental.
Os dois projetos custaram mais de R$ 150 mil. Foi entregue à EGR e nunca avançou. Para Barth, a precariedade nas rodovias da região interfere no crescimento local. “Pagamos pedágios e o retorno é ínfimo. Unimos esforços, fizemos um projeto que está na gaveta da EGR”, critica o presidente da CIC-VT, Pedro Barth.
FILIPE FALEIRO – filipe@jornalahora.inf.br