Reforma da Previdência  e seu conflito de interesses

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Reforma da Previdência e seu conflito de interesses

Enquanto alguns reclamam perdas, outros alimentam expectativa de sustentablidade.
Afinal, no que isso influencia nossa vida, empresa ou cidade, neste momento?

Os dados e fatos mostram que o envelhecimento da população desafia não apenas a previdência brasileira, mas a de vários países que ainda não encontraram equilíbrio entre arrecadação e gasto futuro. Nenhum país é capaz de sustentar benesses incongruentes.
A sustentabilidade passa pela lógica da equação dos números, tanto em nível de país, quanto de estados e municípios. É insano insistir que os poucos jovens ativos do futuro conseguirão pagar a uma legião de aposentados cada vez em maior número. O colapso social é certeiro e sua dimensão incalculável.
Ainda assim, sem entrar no mérito de quem perde ou ganha com as novas regras, a Reforma da Previdência é imperiosa para a retomada de confiança no Brasil. Sem ela, a sensação de incerteza aumenta e trava ainda mais o setor produtivo. Isso é verificável na nossa esquina, na nossa rua e nas nossas empresas.
Os governos anteriores prometeram, repetiram, mas não conseguiram ou não quiseram fazer. Sabiam do desgaste e do preço político. Por isso empurraram com a barriga. Não vem mais ao caso.
No contexto atual, aprovar a Reforma da Previdência significa injetar ânimo e confiança nos brasileiros, especialmente, nos empreendedores. Isso diminui a hostilidade contra o funcionalismo público e setores privilegiados – fruto de exageros – e cria um terreno favorável ao otimismo e a quem deseja empreender, gerar emprego e renda.
Alguns sindicatos e setores públicos reclamam perda de direitos. De fato, haverá. Entretanto, não é justo nem inteligente que a previdência seja comprometida em detrimento às vantagens seletivas de uma parcela restrita.
Prova de sua importância foi a repercussão do texto-base da reforma aprovado na comissão especial da Câmara, nesta semana.
Bastou a primeira aprovação que os ânimos reapareceram. O mercado produtivo reagiu, refletindo um clima positivo nos mais distantes e diversos rincões do país. Só não enxerga quem vive às margens das dificuldades empresariais, especialmente dos pequenos negócios, muitos à beira da insolvência.
Converso com pessoas de todas as idades e classes sociais, quase todos os dias. Nenhum trabalhador ou empreendedor ciente da responsabilidade coletiva e sustentável defende privilégios inconsequentes. As dificuldades impostas aos desempregados são as mesmas que corroem o fluxo de caixa da maioria das empresas – muitas delas sem dinheiro para pagar salário, muito menos para demitir. Ao mesmo tempo, falta uma luz capaz de restabelecer o equilíbrio, diante de uma população endividada e crescente.

bolsonaro adair

Benesses defendidas pelo presidente Bolsonaro aos militares soam incoerência igual à defendida por outros grupos seletivos e corporativistas


O efeito dominó causado por anos de “bonança irresponsável” sem fazer as devidas reservas e reformas, levou o país ao estado atual. A corrupção enraizada por uma classe política ultrapassada premiou o mal feito, criou um modelo mental corporativista e assistencialista e, por último, abandonou 13 milhões de brasileiros à própria sorte.
Este é o Brasil que precisamos recuperar. Goste alguém ou não. É a dura realidade que nos aflige e desafia. O resto é subterfúgio para sustentar interesses ideológicos ou umbilicais.
Não acredito no fim dos problemas com a Reforma da Previdência. Afinal, seu impacto substancial se dará na sustentabilidade futura. Mas, a retomada de confiança entre os brasileiros será concreta.
O Brasil precisa retomar uma agenda empreendedora. O discurso do coitadismo, paternalismo e assistencialismo irresponsáveis precisa dar espaço ao pragmatismo econômico. É o único é capaz de gerar riqueza – emprego e renda – para a população.
Cessar de financiar megaempresários – Eike Batista, Odebrecht, OAS e tantos outros –, para aplicar recursos nos pequenos negócios que formam a base do colchão social de emprego e renda em qualquer nação que se deseja desenvolvida.
Parar com a lógica de acostumar o povo com migalhas, enquanto ricos e grupos ideológicos enchem os bolsos e ajudam a aparelhar o sistema de perpetuação no poder. Chega de hipocrisia, indiferente de quem está no poder. O atual presidente, Jair Bolsonaro, não está livre destas aberrações, ainda mais quando defende benesses para uma categoria específica, com a qual tem afinidade.
Reforma da Previdência, já. E em seguida, as demais. Isso fará diferença em nossa vida agora e no futuro.

Reação sobre o Plano Diretor

Pequeno tópico na edição anterior causou reações em relação ao Plano Diretor em análise na câmara de vereadores de Lajeado.
O vereador Mozart Lopes (PP) ficou surpreso com a notícia de que o referido projeto não terá votos suficientes para sua aprovação. “Não acredito que estejamos brincando com este assunto. Nos reunimos, semanalmente, para debater. Não acredito que tudo isso é teatro”, reagiu.
Nenhum outro vereador se posicionou ou fez contato. O silêncio também fala.

“Somos 200 milhões de trouxas explorados”

paulo-guedes- divulgação
“O Brasil é uma pirâmide de cabeça para baixo, com a União com o todo (de recursos), ao contrário dos Estados Unidos. Se falta segurança pública, hospital, saneamento, esse recurso tem que descer. Não pode estar lá em cima. Nós somos 200 milhões de trouxas, explorados por duas empreiteiras, quatro bancos, seis distribuidoras de gás, uma produtora de petróleo….”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, esta semana durante evento voltado ao mercado financeiro, em São Paulo.
 

Acompanhe
nossas
redes sociais