Excesso de veículos para  vias de menos

Editorial

Excesso de veículos para vias de menos

As maiores cidades do Vale do Taquari caminham para a saturação das vias. Em alguns trechos, como mostra reportagem de hoje, motoristas e pedestres enfrentam dificuldades típicas das cidades metropolitanas. A frota da região, conforme levantamento do Detran com dados…

As maiores cidades do Vale do Taquari caminham para a saturação das vias. Em alguns trechos, como mostra reportagem de hoje, motoristas e pedestres enfrentam dificuldades típicas das cidades metropolitanas.
A frota da região, conforme levantamento do Detran com dados atualizados até abril deste ano, supera os 260 mil veículos. A população regional, estimada pelo IBGE, se aproxima dos 369 mil habitantes. Quer dizer, a cada dez pessoas, há sete veículos.
O crescimento no número de veículos na região é constante. De 2007 a 2019, foi de 43%. Por outro lado, a infraestrutura viária é a mesma. Salvo algumas obras pontuais, mudanças em sentidos das vias e adaptações, fica evidente a falta de planejamento das cidades.
Essa condição se acentua ao passo em que o município adquire um perfil urbano. Lajeado, Arroio do Meio e Estrela comprovam essa tendência. Frente ao crescimento no número de veículos e a expansão urbana, o risco é de um colapso do sistema viário nos próximos anos. De fato, a cultura do automóvel, incorporada no imaginário coletivo como um bem que representa status social, replica a ideia de que as ruas são feitas para os veículos motores.
A origem desse pensamento está nas decisões governamentais a partir da década de 50, quando a indústria automotiva se transformou em modelo de crescimento econômico. Desde então, houve o declínio dos modais hidroviário e ferroviário. Poucos investimentos públicos provocaram o sucateamento da estrutura existente. Deixando claro foco na construção de estradas.
No âmbito municipal, as cidades erram quando permitem ligação das vias urbanas com rodovias estaduais e federais. Usar estradas de alto fluxo e velocidade constante como extensão do município é um erro. Representa perigo de acidentes e causa congestionamentos.
Esse alerta já foi emitido. Parte de especialistas e estudiosos das áreas de Engenharia, de Arquitetura e Urbanismo. Já a solução depende de mudanças de comportamento da população, de esforço do setor público para um transporte coletivo eficiente e para uma melhor infraestrutura para o uso de meios alternativos de locomoção. Junto com isso, é fundamental que os planos de Mobilidade e o Diretor sejam amplos e com soluções de médio e longo prazo.
 
 
 

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