Em boa parte do tempo, Othavio Castoldi Ziegenrücker parece um personagem de filme de época. Aos 15 anos, o morador de Taquari já é conhecido por seu apreço a antiguidades. De boina, suspensórios e paletó, o fã de Charles Chaplin e Mazzaropi percorre a cidade em busca de relíquias
Como começou o seu gosto por coisas antigas?
Tudo começou quando eu era criança, tinha uns três ou quatro anos, e assistia o filme do famoso Herbie, que era um fusca de 1965 – e nós já tínhamos um fusca 1300, de 1972, em casa. Foi táxi em Porto Alegre e foi o primeiro carro do meu avô. Daí, eu fui descobrindo outros objetos antigos. Eu tenho TVs, rádios, peças automotivas, fotos, documentos, bicicletas, facas. Consigo procurando em propriedades rurais, por indicações ou até tropeço em algo ou encontro no lixo. Tenho uma nota da década de 40 e uma moeda de 1869, por exemplo. Tenho coisas em dois galpões. Sempre tive esse gosto.
Qual o item mais precioso para você?
O relógio de bolso do meu bisavô Werner Alfredo Ziegenrücker. O meu avô, que mora aqui em Taquari, que me deu. Pretendo continuar passando de geração em geração.
E esse estilo de roupas, como surgiu e onde você consegue as peças?
Comecei a me vestir assim no ano passado. Minha inspiração é o estilo dos personagens do Máfia 1 (jogo de computador), que se passa nos anos 30. As minhas avós costuraram algumas e eu também consigo na feira de roupas que acontece no Pella Bethânia. Agora, no inverno, eu coloco uma calça, às vezes uma cinta com suspensório, uma botina de bico fino, camisa e colete, o paletó, o sobretudo e a boina. Vou para a escola e para o trabalho assim também. No verão, me visto parecido, mas às vezes uso uma camisa gola polo. Camisa sem gola eu não uso; só para dormir. E calça, sempre!
Que tipos de atividades de lazer você gosta?
O meu lazer principal é andar de bicicleta – tenho uma Monark São Paulo 1958 e uma bike alemã 1957 – mas também vou em encontros de veículos antigos. De filmes, gosto do Teixeirinha, Mazzaropi, Paulinho Mixaria,Titanic, De Volta Para o Futuro, Charles Chaplin…As minhas músicas são só as antigas também.
O que um jovem que gosta tanto do passado espera do futuro?
Eu gosto de Agronomia, de coisas agrícolas. Quero seguir a carreira do meu pai, do meu avô e do meu bisa – uma história que começou há mais de 100 anos. Todos trabalharam no Pella Bethânia. Meu bisavô trabalhava na carpintaria e meu vô e meu pai eram tratoristas.
GESIELE LORDES – gesiele@jornalahora.inf.br
