Depois de uma semana quente abrindo o inverno, o frio finalmente chegou para ficar. Pelo menos por mais uma semana.
Na manhã de ontem, foram registradas as temperaturas mais baixas do ano na região. Em Lajeado, os termômetros do Núcleo de Informações Hidrometeorológicas da Univates marcavam 3,8ºC, por volta das 7h. Termômetros de rua, menos precisos, chegaram a marcar temperaturas negativas.
“Vai continuar frio no sábado e no domingo. Na semana que vem, ainda teremos temperaturas baixas, mas vai elevando gradativamente até a quinta-feira”, projeta a coordenadora do NIH, Carolina Heinen.
Neste fim de semana, há previsão de geada no Vale do Taquari. Na Serra Gaúcha, há possibilidade de neve.
Frio movimenta mercados
A primeira sequência de dias frios do ano abriu a temporada de sopas na casa de Soely Wahlbrinck. Ontem à tarde, ela foi às compras em um supermercado do Centro de Lajeado. Além do rancho do mês, incluiu no carrinho legumes, carne e capeletti para uma sopa, além de uma garrafa de vinho.
“Eu pensei hoje seria um bom dia para fazer sopa. Já fiz outra vez esta semana. E vou levar um vinho”, comenta.
Gerente de compras do estabelecimento, Hans Röhsig afirma que as vendas de massas disparam quando há uma sequência de dias frios.
“Em dois dias, chega a vender quase o volume de um mês. O capeletti é um dos que mais varia.”
Vinho, ingredientes para sopa, e bebidas quentes em geral são alguns dos itens citados por Röhsig entre os que apresentam alta nas vendas no inverno.
Com as baixas temperaturas nos próximos dias, ele espera compensar os números da primeira semana do inverno. “Com esse frio e o quinto dia útil, a expectativa é muito grande de ter uma boa venda”, projeta.
Vendas reagem
Com certo atraso, o movimento de consumidores em busca de produtos para o frio chegou ao comércio local. De acordo com o presidente da CDL Lajeado, Heinz Rockenbach, as vendas de inverno começam a mostrar reação.
“Ainda está amena a coisa, assim como o clima. Mas a gente já nota a procura de produtos para o frio. Está começando o inverno no comércio”, afirma.
Ele aponta o crescimento das vendas de casacos, blusões e botas, no ramo do vestuário, e os aquecedores, entre os eletrodomésticos.
“Não dava nem para a comida”
Renato Borba mantém um mesmo ponto na rua Décio Martins Costa faz doze anos. No verão, ele encosta o caminhão e vende melancias. No inverno, atravessa a rua e troca as frutas pelo pinhão e pela lenha.
“Até a semana passada estava ruim, não dava nem para a comida. Agora melhorou”, afirma.
Em um dia frio como os desta semana, ele vende de 30 a 40 sacos de lenha. Na semana passada, ele afirma que as vendas não passavam de seis unidades.
MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br