O fluxo constante de veículos na BR-386 não intimida muitos pedestres e ciclistas, que se arriscam e atravessam a pista. Contudo, o perigo é grande. Foi assim que o pintor Tadeu Fernandes Wiebbeling, 65, morreu na manhã de ontem, 4, por volta das 6h15min, atropelado por uma caminhonete Pajero branca.
A poucos metros do local, no quilômetro 352, há uma passarela que interliga os bairros Boa União e Imigrantes. Wiebbeling optou por fazer a travessia pela pista, com uma bicicleta. Ele retornava do Posto de Saúde Central, onde agendara uma consulta para a tarde. Porém, não viu a aproximação do veículo.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Pajero, que tinha placas de Cruzeiro do Sul e trafegava no sentido Estrela/Porto Alegre, não conseguiu evitar a colisão e atingiu a vítima, que acabou morrendo no local. O trânsito chegou a ficar em meia pista por mais de uma hora e foi liberado no decorrer da manhã.
O corpo de Wiebbeling está sendo velado na Capela Mortuária do Boa União, bairro onde residia com uma irmã. O sepultamento ocorrerá hoje, às 10h, no Cemitério Municipal de Novo Paraíso, também em Estrela.
“Ele era uma pessoa tranquila”
Vereador de Estrela, Ernani Luís de Castro (MDB) conhece a família de Wiebbeling há cerca de 20 anos e foi ao velório prestar condolências aos familiares. “Era uma pessoa do bem, super tranquila, que trabalhava como pintor.”, comenta.
Ernani recorda que, há alguns anos, fez uma solicitação ao Dnit, pedindo a colocação de uma mureta para impedir a passagem pela rodovia, visando conscientizar pedestres a utilizarem a passarela.
“Na segunda-feira vou refazer esse pedido junto à CCR ViaSul (concessionária da rodovia). É um problema antigo, pois a maioria das pessoas preferem atravessar a pista”, avalia o vereador, que também disse apoiar uma possível mobilização de moradores pela colocação de um redutor de velocidade naquele trecho.
Perigo constante
O trecho onde aconteceu o atropelamento é um dos mais movimentados no perímetro de Estrela. Às margens da rodovia, há empresas, indústrias e ainda tem uma escola nos arredores. O fluxo de veículos e pedestres é intenso.
Como opção para travessia, existe uma passarela. Porém, conforme funcionárias de um mercado localizado nas proximidades, é bastante comum pessoas atravessarem a pista mesmo em horários de pico.
Em cerca de 20 minutos no local, a reportagem flagrou pelo menos cinco pessoas, entre pedestres e ciclistas, optando pela travessia por baixo “As vezes se torna mais rápido, por isso muitas preferem atravessar a pista. Muitas argumentam que, à noite, é perigoso utilizar a passarela”, comentam.
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br