Depois de um mês de junho movimentado, com a discussão e aprovação de projetos importantes, como o que regulamenta o transporte coletivo urbano, a câmara teve uma sessão nula na noite de ontem. Nenhuma matéria entrou na ordem do dia para ser votada pelos parlamentares.
A ausência de projetos para votação contrasta com a quantidade de matérias protocoladas e que estão sendo discutidas na casa. Levantamento feito pelo A Hora, com o auxílio da assessoria de imprensa do Legislativo, aponta que 41 textos estão em tramitação ou foram apresentados no plenário.
Nesse bolo, há projetos de autoria tanto do Executivo quanto dos vereadores – a maioria assinado por oposicionistas -. Chegou-se a costurar um acordo para votação de duas matérias. Mas o líder de governo, Mozart Lopes (PP), preferiu deixar para a próxima semana. “Os ânimos estão muito exaltados hoje”, justificou.
Um dos principais nomes da oposição, Carlos Eduardo Ranzi (MDB) voltou a criticar o abastecimento dos veículos da frota municipal em postos de gasolina e o abandono dos bairros, enquanto o município investe R$ 200 mil no Pacto pela Paz. “Não dá para se animar com o pacto e não ir onde está o problema”, salientou.
O discurso gerou reação de Adi Cerutti (PSD). “É lamentável que o Ranzi tenha esse posicionamento. Esse é o cara que quer ser prefeito”, disparou. Waldir Girsch (PP) também respondeu ao discurso do emedebista.
Privatizações no RS repercute
Os projetos que autorizam a privatização da CEEE, CRM e Sulgás, três estatais gaúchas, foi assunto na sessão de ontem, sendo citada por diversos vereadores. Sergio Kniphoff (PT) fez críticas à proposta e citou a nomeação de 90 cargos em comissão (CCs) em três dias no governo Eduardo Leite.
“Pelo jeito, esse é o novo jeito de governar. Vai ser fácil de conseguir os 39 votos necessários”, ironizou o petista. Colega de partido do governador, Mariela Portz (PSDB) saiu em defesa das privatizações e se referiu ao dia de ontem como “um dos mais importantes da história do RS”.
Já Carlos Eduardo Ranzi (MDB) exaltou o governo de José Ivo Sartori e afirmou que Leite não possui um plano de governo diferente do anterior. “O gringo estava certo, cada vez mais tenho certeza”, disse.
Violência contra a mulher
Entre os projetos que estão protocolados atualmente na câmara, está o que proíbe a nomeação de cargos comissionados, no poder Legislativo, de pessoas condenadas por crimes previstos na Lei Maria da Penha e na Lei do Feminicídio.
A matéria foi apresentada pela vereadora Mariela Portz no fim de junho Na justificativa, a tucana aponta os indicadores alarmantes de violência contra a mulher. Foram 355 ameaças no ano passado, além de 158 casos de lesão corporal, 10 estupros e dois casos de feminicídio.
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br