Hoje é comemorado o Dia Nacional do Bombeiro. Moradora de Colinas, Paula Francieli Köhnlein, 27, achou sua vocação ao ingressar na corporação voluntária de Colinas e Imigrante, há cerca de um ano
Por que você entrou nos Bombeiros Voluntários?
Eu morava no interior de Taquari. Tive um princípio de depressão em que só chorava, não tinha vontade de fazer nada, nem levantar da cama eu queria. Sempre me questionava qual era o meu propósito na vida. Me apeguei muito a Deus naquela época.
Eu rezei muito para que Ele me mostrasse qual era meu propósito. Então voltei a morar em Colinas, cidade que passei minha infância. Aqui conheci o trabalho dos Bombeiros Voluntários e um dia, passando na frente da base, o comandante Ceppo me convidou para entrar na corporação. Tive receio, achei que não seria capaz, que não conseguiria concluir o curso. Mesmo assim, fui. Comecei acompanhando outros bombeiros e logo na primeira ocorrência que atendi, percebi que estava ali a resposta que tanto pedi a Deus. Eu descobri meu propósito. E quanto mais eu aprendia e participava, mais eu queria estar ali. Eu acredito que uma pessoa não se torna bombeiro, ela já nasce com alma de bombeiro.
Como é o dia a dia na profissão?
Depois que você se torna bombeiro, a vida muda. Passei a enxergar tudo de uma maneira diferente, a ter precauções para evitar acidentes, a valorizar certas coisas que antes não valorizava. Nosso dia a dia é igual ao de todo mundo, até a sirene tocar e chamar para ocorrência. Aí largamos tudo que estamos fazendo, até mesmo a família, e saímos para ajudar quem precisa.
O que é mais gratificante nesta atividade?
É inexplicável a sensação de ajudar alguém. Quando a sirene toca, arrepia até a alma. Você se transforma, pois sabe que alguém está precisando de ti, que talvez você seja a única esperança. Poder ajudar alguém é uma das melhores sensações que já tive na vida. Ver o sorriso no rosto ou ouvir um “obrigado” já paga o nosso empenho e dedicação. Sem contar que dentro da corporação encontrei uma segunda família, o espírito de confiança e união fazem com que nosso trabalho se torne ainda mais prazeroso.
Tem algum atendimento que a marcou?
Acho que todos são especiais e vão ficar para sempre na memória. Mas o que considero mais marcante foi o primeiro, pois foi ali que descobri o que realmente queria fazer na vida. Outro que me marcou foi um incêndio na marcenaria de um colega bombeiro. Se não tivéssemos chegado rápido, ele teria perdido até a casa.
Você se sente uma heroína?
Aprendi que não devemos ser heróis, mas sim profissionais, pois vidas precisam ser salvas. Acho que nunca me senti uma heroína, mas sempre tive orgulho do que escolhi ser.
CAETANO PRETTO – caetano@jornalahora.inf.br