O total de multas aplicadas em motoristas na área de competência da 4ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal, com sede em Lajeado, caiu no primeiro semestre deste ano, na comparação com 2018. Foram 2.796 autos de infração lavrados nos seis primeiros meses do ano. Ou seja, cerca de 15 motoristas são multados diariamente.
O balanço semestral foi divulgado ontem, 1º. No ano passado, 4.324 multas foram aplicadas no mesmo período, uma média diária de 24 condutores multados. “Isso faz parte do nosso redirecionamento de ações. O que importa é estarmos o máximo de tempo naqueles locais com mais ocorrências e não desvirtuar a razão do nosso trabalho”, explica o chefe da Polícia Rodoviária Federal de Lajeado, Paulo Reni da Silva.
Já o número de acidentes de trânsito registrados caiu 9% no primeiro semestre deste ano se comparado com o mesmo período de 2018, passando de 181 para 166. Contudo, o total de mortes registradas nestes trechos se manteve na mesma faixa do ano anterior. Foram 21 óbitos nos seis primeiros meses de 2019, número idêntico ao do ano passado. Dados que, para Silva, tem relação direta com a retirada dos controladores de velocidade nas rodovias federais.
“Pela falta de controle, o motorista acaba pisando um pouquinho mais no acelerador e o acidente envolve mais energia. Por isso o número de mortes ficou bem igual ao período de 2018”, avalia o policial, lembrando que o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) fez a retirada ainda no começo do ano.
Para tentar amenizar esses dados, a Polícia Rodoviária Federal dispõe de um equipamento de radar estático, utilizado em determinados pontos da BR-386, principalmente naqueles onde a incidência de acidentes é maior.
“Estamos no limite”
Além das dificuldades de fiscalização em decorrência da retirada dos controladores de velocidade, há um outro problema enfrentado pelo órgão: o operacional. “Existe uma limitação do nosso efetivo. Infelizmente, não conseguimos dar conta tudo. Estamos no limite, com a corda no pescoço. Podem dar equipamentos aos montes, mas se não tiver pessoas para operar, inviabiliza”, comenta Silva.
Recentemente, foi realizado um concurso público para ingresso de novos agentes na PRF. O curso de formação deve iniciar até o fim do mês e se projeta que entre 500 a mil policiais estejam a disposição após a conclusão.
Silva não tem um número exato de quantos novos agentes seriam necessários para a 4ª Delegacia. Entretanto, ressalta que o efetivo reduziu 20% em relação ao mesmo período do ano passado, motivado por aposentadorias. “Há três anos estamos em uma decrescente. Estamos nos virando nos 30”, cita.
Novos bafômetros dão maior agilidade
Entregues há duas semanas para a PRF, os dois novos bafômetros utilizados para fiscalização estão apresentado resultados positivos para o trabalho dos agentes. Conforme Silva, a agilidade no procedimento é o principal ponto positivo.
“Eles vem para somar e nos faz ganhar tempo, pois é feita uma triagem. Aquele usuário que não tem nenhum indício de embriaguez não precisa nem desembarcar para fazer o pré-teste”, comenta.
No antigo etilômetro, o tempo gasto para fazer o teste era de aproximadamente 40 segundos. Com o pré-teste do novo bafômetro, cai para apenas 7 segundos.
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br
