Uma chamada para a ação

Opinião

Thiago Maurique

Thiago Maurique

Jornalista

Coluna publicada no caderno Negócios em Pauta.

Uma chamada para a ação

O discurso de que o mundo está mudando e, portanto, as empresas também devem mudar já se tornou repetitivo. Mesmo assim, via de regra insisitimos nos mesmos modelos e paradigmas que deram certo por muitos anos, mas que agora mostram sinais de esgotamento.
CDL Criatividade
Tema da 19ª Convenção CDL Lajeado, a revolução digital trouxe facilidades e desafios que não podem ser ignorados, sob pena de representar a derrocada dos negócios. Especialistas de renome nacional apresentaram cases de sucesso, histórias inspiradoras e apresentaram um choque de realidade para os mais de 700 presentes. Mudar é uma questão de sobrevivência.
Se hoje a velocidade das transformações parecem vertiginosas, o futuro nos reserva ainda mais velocidade na quebra dos paradigmas. O avanço da inteligência artificial, da internet das coisas, do big data, do blockchain, da robôtica, da nanotecnologia e da impressão 3D, criará um mundo completamente novo. As pessoas que hoje vivem de executar funções repetitivas serão substituídas pela tecnologia e as empresas que não oferecerem produtos e serviços absolutamente relevantes e inovadores, tendem a desaparecer.
O segredo para superar as máquinas é apostar nas características que nos fazem humanos. A criatividade, aptidão muitas vezes condenada pela imposição de padrões comportamentais, não pode ser substituída artificialmente. A empatia não é replicada pelas linhas de programação da robótica. A capacidade de adaptação à cenários inexperados inexiste em sistemas repetitivos. Insistir em modelos prontos é jogar fora a oportunidade de evoluir.

Legado em vida

ASK Sucessão
As empresas familiares representam 90% do total das organizações privadas no país. A categoria une pequenos negócios e gigantes como Gerdau, Itaú e Tramontina, todos controlados por famílias bastante conhecidas.
A perpetuação dos negócios é, ou pelo menos deveria, ser a principal preocupação de um empresário. Preparar os herdeiros para que assumam as responsabilidades da liderança empresarial significa deixar, ainda em vida, um legado não apenas para a própria família, mas para todas as famílias que dependem da empresa.
O tema foi debatido em Estrela, por meio de uma parceria entre o escritório ASK advogados e a faculdade LaSalle. Os advogados César Antoniazzi e Sabrina Schneider falaram sobre o planejamento sucessório e o holding familiar, em evento gratuito e aberto ao público. Uma ótima iniciativa.

Opinião

Millennials x Baby Boomers

Publicada nesta edição do caderno Negócios em Pauta, a entrevista com o professor do curso de pós-graduação em branding da Univates, Sebástian Goldsack Trebilcock, toca em um ponto central da relação entre as empresas e o público consumidor: o conflito geracional entre Millennials e Baby Boomers.
Doutor em ciências da comunicação, Trebilcock afirma que a geração nascida a partir da virada do milênio compõem, hoje, a maior parte do público consumidor. Na outra ponta estão as empresas, comandadas em sua maioria por pessoas nascidas até meados da década de 1960. São mundos completamente distintos e que explicam a dificuldade de entender os novos consumidores.
As características dos Baby Boomers ainda são muito exploradas pelo conteúdo publicitário. É uma geração que prefere a estabilidade de um bom emprego, a segurança de uma casa própria e o simbolismo do status expresso na aquisição de carros e artigos de luxo.
As gerações que vieram a seguir mantiveram parte desses desejos até a chegada dos Millennials. A nova geração já não se contenta em se manter em um emprego pelo salário, fazer uma faculdade pelo diploma ou comprar um produto porque todo mundo compra. Querem um significado maior em tudo que fazem.
Se antes as marcas serviam como uma máscara para a venda de produtos ou serviços, hoje elas precisam ter um propósito real.
Na era da informação, onde nada consegue ser escondido, tentar ludibriar o consumidor com técnicas de propaganda já não surte tanto efeito.
Como vivemos um momento de transição, é evidente que alguns “espertalhões” ainda tem sucesso com charlatanices, inclusive apontando soluções mágicas para superar o paradigma da mudança geracional. Mas todas essas táticas tem vida curta, justamente pela característica questionadora dos Millennials.
Às empresas, resta emanar verdade e transparência. De nada adianta resistir às mudanças, insistindo em fórmulas prontas e datadas. Pior ainda é criticar o comportamento dos jovens, chamando-os de “geração Nutella” ou “geração mimimi”. Nunca deve-se desdenhar de quem paga, e pagará cada vez mais, a conta.
Boa Leitura!

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