Com certo atraso, o frio do inverno finalmente chegou ao estado esta semana. Mas não por muito tempo. Ontem, foram registradas as menores temperaturas do ano. A mínima chegou a 4,1°C na Univates, de acordo com o Núcleo Hidrometeorológico (NIH) da universidade.
Depois de uma curta sequência de dias frios, o fim de semana deve ser calor com possibilidade de chuva. Hoje, as temperaturas devem chegar aos 27°C e não se descarta possibilidade de chuva isolada.
No sábado, a instabilidade segue atuando sobre o Estado, mas de forma desorganizada. O dia mescla sol e nuvens, e segue a possibilidade de chuva isolada, a temperatura continua a subir. Para o domingo, a previsão aponta pancadas de chuva.
Na segunda-feira, a temperatura volta a cair e deve ficar entre 12 e 17°C. O dia terá predomínio de nebulosidade.
Mais chuva, menos frio
Este ano, o inverno estará sob influência do El Niño, que apresenta fraca intensidade. Este fenômeno é responsável por provocar chuvas acima da média na região Sul do Brasil. De acordo com o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) são esperada temperaturas acima do padrão climatológico. O frio mais intenso é esperado para o mês de julho.
“É importante ressaltar que as temperaturas baixas ocorrerão em curtos períodos, de 3 a 7 dias. Nestes períodos, poderá ocorrer geada nas cidades de maior altitude, como na Serra”, destaca a coordenadora do NIH, Carolina Heinen.
Carolina explica que, por conta da atuação do fenômeno El Niño, as chuvas tendem a ficar acima do padrão.
Impactos na agricultura e comércio
Em Boqueirão do Leão, o termômetro de rua chegou a marcar -1°C no amanhecer dessa quinta-feira, 27, e resultou na primeira geada do ano.
Lojistas e agricultores estavam preocupados com a falta de frio. O comércio espera recuperar as vendas, que até agora, estagnaram com o calor das últimas semanas.
Termômetros registraram temperaturas negativas ontem de manhã
Leandro Peterson, técnico agrícola, destaca a importância do frio à dormência das frutíferas. Conforme Peterson, esse frio possibilita que as plantas entrem num ciclo de dormência, de parada fisiológica, e que reiniciem um novo ciclo com uma floração bastante intensa, grande, constante e concomitante.
As baixas temperaturas também protegem as frutíferas dos seus principais inimigos, que são a mosca-da-fruta e a broca-grafolita. “Essas pragas têm uma fase larval e, mesmo o adulto, não resiste a temperaturas negativas. Então no inverno há uma parada de multiplicação”, explica.
Carioca adaptado
O carioca Douglas Leal reside em Boqueirão do Leão faz dois anos. Ele já se acostumou com frio e encara a temperatura negativa numa boa. Na primeira geada deste inverno, foi logo conferir de perto e registrar o momento.
Esqueceu apenas de se proteger da camada de gelo. Acostumado de chinelo, foi com eles no meio do gramado fotografar o amanhecer gelado. “No RJ a temperatura mínima que costuma ter é de 15°C. Tenho uma convivência maior com o inverno por ter morado no Paraná”, comenta.
Douglas brinca afirmando que o chinelo faz parte dos costumes do carioca. “Assim como os gaúchos tem a bombacha, os cariocas não abrem mão de um chinelo.”
MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br
