Apaixonada por cinema, amante da leitura, frequentadora de bibliotecas e uma pessoa que sempre procurou estar bem informada sobre o que acontece ao seu redor. Palavras do jornalista Alexandre Garcia sobre sua mãe, Maria Thalita Eggers Garcia, que viveu por um século e deixou um legado para familiares e amigos. A última despedida ocorreu ontem, 27, em Lajeado.
Maria Thalita faleceu aos 100 anos e cinco meses na tarde de quarta-feira, 26. Nasceu em Taquara, no Vale do Paranhana. Mas foi em outro vale, o do Taquari, onde residiu a maior parte do tempo e construiu sua trajetória. O corpo foi velado no Memorial Jardim da Montanha e o sepultamento aconteceu às 16h de ontem, no Cemitério Católico do Florestal.
Entre as centenas de pessoas que circularam pelo local do velório durante a tarde, estava Garcia, que destacou os ensinamentos de Maria Thalita. “Foi ela que nos passou o hábito da leitura. Viveu a vida de um modo muito prático, sempre atualizada. Soube ser esposa, mãe e vivia a vida dela com independência”, comenta.
Apesar do luto, Garcia se disse feliz ao rever muitas pessoas que foram amigas de Maria Thalita, bem como parentes e amigos da época em que residiu no Vale do Taquari. “É um dia fúnebre, mas também um dia de consolo com amigos. E, sobretudo, um dia de festejar a vida, porque ela soube viver muito bem”, exalta.
“Sabia tudo sobre Hollywood”
Uma das grandes paixões de Maria Thalita era o mundo cinematográfico. Era frequentadora assídua de cinemas e apreciadora de bons filmes. “Era uma cinéfila, sabia tudo de Hollywood, quem casou com quem, sobre o que era um determinado filme”, lembra Garcia, recordando que a mãe ficou contrariada quando vendeu o carro, já com idade avançada, pois teria que ir de táxi ao cinema.
Há cinco anos, Maria Thalita residia em Santa Cruz do Sul com a filha Marília Garcia Martin. Estava internada no Hospital Ana Nery, onde faleceu nessa quarta. Aliás, segundo o jornalista, uma das poucas vezes em que ela esteve em um hospital.
No Vale do Taquari, Maria Thalita morou em Estrela e Lajeado, onde viveu por muito tempo com o esposo Oscar Chaves Garcia, já falecido. E voltará à companhia dele, pois os túmulos estão lado a lado no cemitério.
Mensagem do presidente
Alexandre Garcia fez questão de conversar com cada uma das pessoas que compareceram ao velório. Entre abraços e gestos de conforto, ele recebeu, pelo WhatsApp, uma mensagem de Brasília do presidente da República, Jair Bolsonaro.
“Alexandre, o nosso destino a Deus pertence. Sua mãe está ao lado Dele vendo o belo fruto que deixou na Terra (se tiver irmãos, estenda para eles também). Um abraço do amigo Jair Bolsonaro.”
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br
