A imersão tecnológica e o acesso a informações, produtos e serviços na velocidade de um clique, provoca transformações nos negócios, no comportamento e na vida. Nos negócios, em especial no varejo, o consumidor passou a ser o principal sujeito desse processo. Ele exige respostas mais rápidas para o atendimento das suas necessidades.
Estar preparado para esse novo ambiente e criar estratégias criativas para se adaptar às mutações do mundo digital serão assuntos discutidos na 19ª Convenção Lojista da CDL Lajeado. “O momento dos negócios é outro. Parece que não há mais tempo para parar e se preparar. Essa realidade chegou e está presente no nosso cotidiano. Ainda assim, muitas pessoas não acordaram para isso. Nas empresas, temos de nos adaptar, do contrário, estamos fadados a fechar”, comenta o presidente da CDL Lajeado, Heinz Rockenbach.
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Diante desse cenário, relata, foi estabelecida a convenção de 2019. “Iniciamos a organização já no ano passado. Como a transformação digital é um assunto global, pensamos em trazer essa temática para a nossa região”, relata.
“Esse contexto tecnológico derrubou barreiras físicas. Hoje posso ter uma loja em Lajeado e vender para o mundo.”
O evento ocorre hoje, a partir das 8h30min, no Clube Tiro e Caça, com o tema “Talento e transformação digital – o que faz a diferença?”. A programação segue ao logo de todo o dia e conta com quatro palestrantes de renome nacional.
Apesar da pressa, cautela
“Sem dúvida é preciso se adequar às tecnologias, mas não pode ser de qualquer jeito”. É o que acredita o proprietário de uma empresa de materiais elétricos de Lajeado, Marcos Mallmann. De acordo com ele, antes de investir em novos canais de contato com o cliente e abrir as vendas pela internet, é preciso pesquisa para saber o que se aplica melhor ao modelo do empreendimento.
“Muitos apontam soluções digitais e que ali na frente se transformam em fracasso. Pelo mercado competitivo de hoje, não há mais espaço para o erro”, adverte. Por isso, desenvolve um novo portal à loja e aumenta a presença da marca nas redes sociais.
“Mudanças sempre houve, mas a digital é a mais drástica”
Clientes com menos tempo para escolher na loja física, com mais facilidade de pesquisar preços e produtos pela internet. Essa constatação obriga uma constante revisão do modelo das empresas, em especial no setor de vestuário. Com essa preocupação, o dono de uma loja de confecções na região, Claudir Dullius, almeja entrar com mais ênfase neste ambiente virtual. “Meu sonho é ver minha empresa na palma da mão dos clientes.”
Para isso, estuda formas de colocar o projeto em prática. A ideia é unir o atendimento diferenciado na loja física, com a facilidade da pesquisa de produtos por meio da internet. “Queremos que o cliente possa escolher como receber a compra. Se quer em casa ou retira na loja.”
Com 40 anos de atuação no mercado, afirma ter passado por diversos momentos. “Foram crises, mudanças no plano econômico e que provocavam novos comportamentos. Mudanças sempre houve, mas a digital é a mais drástica.”
Essa avaliação está ligada ao comportamento dos clientes. “O consumidor tem mais formas de se informar. Muitos vão para a loja com o modelo escolhido. Outros olham, pesquisam e não levam para depois usar o celular pesquisar o menor preço na internet.”
Caminho sem volta
“Nossa região tem peculiaridades. Os consumidores ainda compram nas lojas e valorizam o contato pessoal. Mas as novas gerações já têm outra visão”, relata o dono de uma loja de artigos esportivos de Lajeado, Aquiles José Mallmann.
O empresário aproxima o contato com os clientes por meio das redes sociais e do whatsapp. “Já fizemos vendas pela nossa Fan Page para cidades de outras regiões.” Para ele, é fundamental ligar um bom atendimento físico com a praticidade do contato por meio da internet.
Os vendedores de uma loja de roupas masculinas, Vitório Lottermann e Luis Fernando Wasem, confirmam essa percepção. Segundo eles, os clientes de hoje dedicam menos tempo para escolher e experimentar na loja física. Como forma de atender essa exigência, o contato via whatsapp se torna um meio de facilitar a venda.
FILIPE FALEIRO – filipe@jornalahora.inf.br