Com uma passagem brilhante pelo Estrela FC, o ex-zagueiro Tadeu Xavier morreu nessa terça-feira, em Porto Alegre, vítima de câncer. Natural de Rosário do Sul, o jogador é lembrado com carinho pelos amigos e ex-colegas de time.
“Depois que se separou, veio morar comigo em Estrela. Ele era muito gente boa, vivia sorrindo e brincando”, lembra Adauto de Azevedo, ex-companheiro de Xavier na época do Estrela FC.
Hoje comentarista em uma rádio comunitária em Arroio do Meio, Azevedo descreve Xavier como um zagueiro de boa velocidade, habilidoso e com um bom impulso para cabecear. Recorda que ao lado de Leocir de Lima Borges formaram uma das melhores duplas de zaga que o Estrela já teve. “Um ficava na primeira trave para desviar e outro na segunda trave para cabecear. A jogada sempre resultava em gol. Nos tempos modernos, eles foram a melhor dupla de zagueiros que passaram pelo Estrela”, recorda.
“Ele me levou sem me conhecer.”
Em 2009 após uma passagem pelo Flamengo, de Guarulhos, São Paulo, o goleiro Luis Fernando Pitol ficou um período desempregado, foi quando Cassius, filho de Tadeu Xavier, o indicou para o pai, que recém tinha assumido o Farroupilha, de Pelotas. “Ele me levou sem me conhecer.”
Pitol conta que ele tinha hábito de tomar café da manhã com todos os jogadores, principalmente com os do Vale do Taquari, como os atacantes Kiki e Varguinhas. “Foi o treinador mais resenha que eu conheci, era um cara muito carismáticos, vivia nos contando as histórias dele como jogador e também os causos dos bailes do CTC.”
Após a passagem pelo Farroupilha, Pitol e Tadeu viraram grandes amigos. “Quando ele estava pela região nos encontrávamos, a última vez que vi ele pessoalmente foi no União de Carneiros. Mas seguido conversávamos pelo Facebook.”
A trajetória
Xavier treinou jogadores que hoje atuam no amador como Kiki e Pitol
Nascido em Rosário do Sul, Tadeu Xavier iniciou a carreira nas categorias de base do 14 de Julho e em seguida se profissionalizou no Fluminense. Nos anos seguintes, jogou no Lajeadense, Estrela FC, Santa Rosa, Santo Ângelo, Alegrete, Vitória da Bahia, Inter de Lajes, Figueirense, Portuguesa, Caxias, Taubaté, Barretos, Sãocarlense, São Paulo de Rio Grande, e Santa Cruz.
Após pendurar as chuteiras, resolveu seguir a carreira no futebol como treinador. Comandou Palmeirense, Taquariense, Farroupilha, Passo Fundo e São José. Se afastou do esporte para cuidar do câncer.
Em entrevista para o A Hora, no início deste ano, Xavier diz que fez mais de 50 gols de cabeça. “Foi o clube onde mais fiz gols.
Tenho e sempre terei amor muito grande por este clube.”
Ele ainda relembrou à boa passagem que teve pelo Estrela. “Joguei contra Inter, Grêmio. Enfrentei Falcão, que era um craque.
Jogava muito. Tinha muito respeito por ele. Não bati nele, não.”
O corpo dele foi enterrado ontem no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre.
EZEQUIEL NEITZKE – ezequiel@jornalahora.inf.br
