As críticas quanto à morosidade do judiciário é uma constante na sociedade. Faz parte do imaginário coletivo e há razão de sobra para tanto. Passa longe de uma análise infundada, como se fosse má vontade da população quanto à atuação dos juízes.
Trata-se de um sentimento geral criado a partir dos trâmites burocráticos da Justiça.
Quando se trata de julgamentos quanto a crimes de trânsito, essa sensação fica ainda mais aflorada. Raros são os casos em que os magistrados decidem pela prisão preventiva de algum condutor responsável por homicídio ao conduzir um veículo.
O oposto acontece pela segunda vez em Lajeado. Em uma decisão ágil, o juiz Luís Antônio de Abreu Johnson, expediu mandado de prisão preventiva após um motorista com sinais de embriagues se envolver em acidente com a morte de um pai e uma criança de 7 meses. Mais duas pessoas ficaram feridas. A mãe do bebê e o filho mais velho, um adolescente de 17 anos.
Uma família destroçada pela imprudência. Pelos relatos dos policiais que atenderam o fato, o condutor que invadiu a pista e acertou de frente o automóvel que trafegava no sentido Lajeado a Marques de Souza, teria consumido bebidas alcoolicas.
Com essas provas, a Justiça pediu a prisão preventiva. Esse é o segundo caso do tipo em Lajeado. Em agosto de 2013, um condutor sob efeito de álcool invadiu a pista contrária em frente ao shopping de Lajeado, colidiu de frente em outro carro e matou pai e filho. Dois exemplos que contrariam a lógica de que crime de trânsito não dá cadeia.
Em meio ao clamor popular após as duas mortes da manhã desse domingo, reascende-se a necessidade de elevar a consciência coletiva sobre as responsabilidades individuais no trânsito. A vigilância precisa ser constante e conjunta. Com um propósito unitário, se consegue evitar mais mortes.
Diante da mudança de comportamento exigida dos agentes públicos, também é preciso exercitar a cidadania na comunidade. Cumprir com as leis de trânsito é obrigação. Se, por um lado, cobra-se o fim da corrupção, também não se pode burlar as normas ao bel- prazer. Não há mais espaço para discursos contrários às atitudes. Um deve vir acompanhado do outro.
Editorial
Decisão ágil e exemplar
As críticas quanto à morosidade do judiciário é uma constante na sociedade. Faz parte do imaginário coletivo e há razão de sobra para tanto. Passa longe de uma análise infundada, como se fosse má vontade da população quanto à atuação…