Preço da CNH  e a qualidade  da formação

Editorial

Preço da CNH e a qualidade da formação

A redução no preço para fazer a habilitação é motivo de comemoração. Os gaúchos pagam uma das maiores – se não a maior – tarifas para tirar a carteira do país. A primeira habilitação, só para carro, ultrapassa os R$…

A redução no preço para fazer a habilitação é motivo de comemoração. Os gaúchos pagam uma das maiores – se não a maior – tarifas para tirar a carteira do país. A primeira habilitação, só para carro, ultrapassa os R$ 2 mil.
Com a retirada dos simuladores, o preço diminui 14%. Em nível estadual, o Detran não apresentará mais o quanto custam os serviços. Haverá um teto e os CFCs podem estipular as tarifas. A estimativa é que haja uma redução de até 10%.
Caso se confirme, o valor para a habilitação na categoria B pode ficar até R$ 500 mais em conta. Na primeira entrevista concedida ao Grupo A Hora como diretor geral do Detran, o ex-deputado lajeadense, Enio Bacci, havia afirmado que uma das medidas era deixar a habilitação mais barata. Menos de quatro meses depois, a promessa parece se encaminhar à prática.
Ainda com a boa notícia, não se afasta a necessidade de qualificar o sistema de treinamento dos motoristas. O modelo atual precisa de ajustes, tendo em vista as carências na formação, e educação no trânsito é uma forma de avaliar a sociedade.
O excesso de velocidade, desrespeito às leis de trânsito, a falta de gentileza, de empatia e paciência são tônicas no dia a dia das ruas e estradas. A pressa se tornou justificativa para colocar a própria vida e a de outros em risco. O medo da punição supera o respeito à vida.
Da base na habilitação dos condutores, se espera alguém mais consciente e responsável. É preciso de uma nova cultura no trânsito. Cumprir as normas é obrigação. Mais do que isso, é preservar a vida. Os alertas são vistos todos os dias, a cada acidente com mortos e feridos.
O Instituto Avante Brasil fez uma pesquisa sobre o número de mortes de 1980 a 2013. Em comparação com o resto do mundo, entre os dez países mais violentos, o Brasil está na quarta posição, ficando atrás da China, Índia e Nigéria. Uma das análises para interpretar esses números é a relação entre acidentes fatais e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Nos líderes no ranking de mortes, se percebe que não aparece nenhuma das nações com um alto grau de educação. Dos dez países no topo, a maioria apresenta índices baixos ou medianos. A exceção fica por conta dos EUA, responsáveis pela maior frota de veículos do mundo. Essa constatação reforça a necessidade de uma revisão no método de formar motoristas.
Está na educação o caminho para parar com a sangria no trânsito. Nos países com menos mortes, se percebe um alto grau de instrução. Para os analistas, isso é resultado das atualizações legais. Com mais rigor nas punições e avanços na tecnologia de fiscalização, é possível reduzir as fatalidades.
 
 

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