Para onde vai nossa Região?

Opinião

Ardêmio Heineck

Ardêmio Heineck

Empresário e consultor

Assuntos e temas do cotidiano

Para onde vai nossa Região?

O Vale do Taquari sempre foi bem articulado, com lideranças sabedoras de como concretizar nossos anseios. Ações decisivas nas últimas décadas desenharam o Vale que temos: trouxemos a BR 386 nas décadas 1950/60, a RS 130, a Rota do Sol e o Porto de Estrela nos anos 70. Duplicamos Estrela/Lajedo nos anos 90 e duplicamos Estrela/Tabai nos anos 2000.
Reforçamos a matriz energética, asfaltamos acessos municipais, eletrificamos o interior, qualificamos e expandimos a rede de educação e saúde, somos modelares na integração Estado/comunidade na área da segurança, elegemos Deputados Estaduais e Federais daqui, Governadores e Secretários de Estado vinham nos visitar. Na atividade econômica, graças aos produtores rurais e aos trabalhadores, e ao empreendedorismo das nossas pessoas, empresas surgiram e se tornaram importantes.
Criamos e consolidamos feiras. Solidificamos o sentimento regional e, com a miscigenação de diversas raças, surge o “povo do Vale do Taquari”. Vimos nadando a braçadas largas no mar da tranquilidade do desenvolvimento e da estabilidade. E é aí que mora o perigo!
É da natureza humana organizar-se, trabalhar, lutar, buscar o sucesso. Acontece individualmente, em família, nas empresas e nas comunidades. Surge, então, o perigo da acomodação, da “zona de conforto”. No meio empresarial, quem não tiver um processo dinâmico e constante de monitoramento do mercado, da busca da eficiência e da eficácia, da profissionalização, está fadado ao fracasso. Dezenas de exemplos deste insucesso nos cercam. A reconstrução, se ainda possível, é penosa e demorada.
No campo individual e social não é diferente.
Parece que nosso Vale chegou nesta fase da acomodação, da desarticulação. Uma Torre de Babel em que grupos distintos correm em diferentes direções, buscando de modo confuso e individualista, aparentemente as mesmas coisas. E quando vamos em conjunto, não temos estratégia e nem efetividade. Na política, estamos órfãos. Secretários e Governadores já não nos visitam. Na logística, desde 2012 corremos atrás da duplicação do importante eixo Venâncio Aires/Muçum, sem sucesso, não conseguindo nem mesmo inscrevê-lo no Programa Estadual de Concessões a ser lançado. Ainda estão na fila a duplicação da Rota do Sol entre Estrela e Teutônia, assim como a Via Láctea. Sem falar nos acessos asfálticos a Municípios ainda pendentes e nos que se deterioraram sem serem consertados.
Há solução? Sim. Nos valorizando, fortalecendo a autoestima e fazendo valer a força da nossa Região. Sabendo dizer não a quem não é parceiro e unificando o discurso ao redor de prioridades regionais consensadas. Tal qual empresas e entidades bem-sucedidas: elas determinam metas, traçam estratégias e ações para atingi-las. Nosso Codevat pesquisa, periodicamente, a busca das nossas prioridades. Pois agora temos um acréscimo importante nesta matéria ao se somar a sugestão das empresas, de todos os portes, das mini/pequenas às médias/grandes, sob coordenação da Federasul e da CIC Vale do Taquari. Semana passada entidades empresariais elegeram dez macro oportunidades para a Região:   duplicação Venâncio-Muçum; tratamento de dejetos suínos; turismo; pequenas centrais hidroelétricas; infraestrutura de telefonia e de dados; reconhecimento como o Vale dos Alimentos; referências de saúde; cooperativismo e associativismo; efetivo policial; intermodal hidro-ferro-rodoviário do Porto de Estrela.
É possível? Claro! Está no nosso DNA concretizar o que precisamos. Mas, unidos. E aí, juntos, olharmos, a cada amanhecer, o sol despontando sobre estes belos morros que nos cercam, dizendo-nos que, a cada dia, construímos um gostoso jeito de viver e um baita futuro.

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