Três medidas recentes de nível estadual e federal podem geram uma redução de até 24% no preço da primeira habilitação no estado. Nesta semana, o Detran gaúcho liberou a concorrência de preços entre os Centros de Formação de Condutores (CFCs).
Antes, o valor era o mesmo em todos os estabelecimentos do estado. Agora, o órgão determina o preço máximo e cada estabelecimento pode fazer seu preço.
Em outra portaria publicada na mesma data, o órgão credencia 21 novos centros em 17 municípios gaúchos. O objetivo é incentivar a concorrência.
O diretor-geral do Detran, Enio Bacci, estima que as duas medidas reflitam em uma redução de 5 a 10%.
“Estamos abrindo o mercado. O CFC não podia cobrar R$ 1 a mais nem a menos. Vamos manter o valor tabelado como teto e cada um pode fazer seus descontos e promoções. Isso cria concorrência e certamente puxa o preço para baixo”, afirma Bacci.
Nos próximos meses, o departamento vai monitorar o impacto da medida. Outra iniciativa estudada pela direção é reduzir a despesa com envio de correspondência. De acordo com Bacci, o Detran gasta R$ 70 milhões por ano com correio. Ele estima que o valor possa ser reduzido pela metade.
Fim do simulador em setembro
As projeções levam em conta ainda o fim da obrigatoriedade das aulas com simuladores para a primeira habilitação, aprovado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A alteração vai reduzir 14% no valor da carteira.
Caso se confirme a estimativa do diretor da autarquia, a carteira de habilitação da categoria B, para carros, pode chegar próximo dos R$ 1.725,75. O valor é próximo do preço que os motoristas pagavam pela formação em 2015, que era R$ 1.715,19.
Hoje, o preço pago pelos motoristas é de R$ 2.270,76.
As projeções de queda interrompem uma tendência de aumento. Todos os anos, o valor é a reajustado. Em 2019, a correção foi de 3,86%. Além das correções anuais, a obrigatoriedade do simulador contribuiu para a elevação do preços.
CFCs discutem medidas nesta segunda-feira
De parte dos CFCs, ainda não há uma posição definida em relação às medidas anunciadas pelo Detran. Procurado pela reportagem, o Sindicato de Centros de Formação de Condutores do RS (SindiCFC-RS) não quis se manifestar. Na segunda-feira, ocorre uma reunião da entidade em Porto Alegre. Os proprietários de centros de formação vão discutir o impacto das medidas e definir ações que tomarão.
MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br
