Nesta semana percebemos como um partido pode estar por detrás de situações distintas. De um lado, o MDB de Estrela comemora a destruição do complexo histórico e cultural da Cervejaria Polar, doado pelo Executivo ao Estado para construção do novo Fórum. De outro lado, o MDB de Santa Clara do Sul celebra a compra do prédio da extinta fumageira Broenstrup para restaurar a estrutura e criar um parque agroecológico de alimentos orgânicos.
As boas práticas muitas vezes independem de partidos. Em um país onde a maioria das siglas já perdeu sua identidade, o que vale mesmo é o perfil dos gestores. E culturalmente falando, o chefe do poder executivo santa-clarense deu uma aula de respeito à história. Paulo Kohlrausch, o prefeito de Santa Clara do Sul, sabe da importância de manter viva a identidade de sua cidade. Algo que passou distante de Estrela nos últimos anos.
O prédio santa-clarense foi construído na distante década de 30 e agora será restaurado para gerar renda e emprego ao município, tal como se faz nos desenvolvidos países da Europa. “É respeitando a história que se constrói um futuro melhor”, avisa Kohlrausch. O prefeito não foi convidado à toa para apresentar, em 2018, as boas práticas de sua gestão em Portugal. Ele sabe que, além de ajudar a montar o quebra-cabeça da história, todo patrimônio histórico está repleto de informações sobre as tradições e saberes da cultura de um povo.
Não faltam motivos para elogiar a preservação de nossos patrimônios históricos. Quando preservamos algo relacionado com a identidade local – como a Polar, por exemplo –, estamos falando de qualidade de vida. Manter a nossa história de pé ajuda a construir em toda a sociedade uma sensação de pertencimento. A história não vive apenas nos livros. Ela está nas calçadas, nos prédios e nas árvores. Ela não pode estar sob os escombros. Ela não pode, jamais, virar moeda de troca.
Opinião
Rodrigo Martini
Jornalista
Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos