O aposentado, Alceu Jantsch, 67, de Lajeado, é um apaixonado por esportes. Jogava futebol, fazia atletismo e ciclismo. Devido a um acidente de bicicleta, teve de largar as modalidades que exigem contato físico. Hoje, a dedicação esportiva é para a “magrela”
O senhor lembra qual foi sua primeira bicicleta?
Bah! Faz tempo. Mas foi uma Odomo Torpedo. O freio era no pedal. Hoje é uma relíquia esse tipo de bike. Acho que eu tinha uns 7 anos. Naquela época, uma bicicleta era artigo de luxo. Eu morava em Canoas e ia para a escola com ela.
Como era sua relação com a bicicleta. Era seu esporte preferido?
Não era uma paixão. Na verdade sempre gostei muito de esporte. Fiz várias modalidades. Gostava muito de futebol. Me acidentei de bicicleta e meu joelho ficou comprometido. Então tive de optar por alguma atividade que não tivesse impacto e não ampliasse a lesão. Faço pedaladas para não ficar sedentário.
Essa questão do sedentarismo é curiosa, pois mostra uma mudança no comportamento das gerações. Como o senhor compara a infância de quando era criança para hoje em dia?
Tenho um filho com 13 anos. As principais brincadeiras dele são jogar videogame e usar a internet. É difícil fazer ele ir para a rua. Eu não forço, não vou impor. Quem sabe um dia ele vai entender a importância de ter outras atividades de entretenimento.
Antigamente, os pais tinham de chamar os filhos para voltar pra casa. Hoje é uma briga para eles saírem. Vejo que as brincadeiras de hoje vêm prontas. Nós inventávamos.
Tem crianças com 2 ou 3 anos com o celular na mão. Muitos pais de hoje deixam as crianças fazerem o que bem entendem.
Como o ciclismo influencia na vida do senhor?
Faz bem para a minha saúde. Conheço pessoas da minha idade que estão sempre indo ao médico. Eu só vou para fazer um check up. É difícil eu ficar doente. Depois do acidente, fiquei quase oito anos sem fazer um esporte. Voltei a pedalar em 2010 e nunca mais parei.
Quais os momentos marcantes que viveu devido ao ciclismo?
Além de conhecermos pessoas e fazer amizades, também visitamos diversos lugares. Já pedalei em Floripa, duas vezes. Subi a Serra do Rio do Rastro no ano passado e, talvez vá este ano também. Visitei quase todas as cidades da região. Já fui a Capão da Canoa e nem lembro de quantos Audax participei. Todos esses com 200 quilômetros de percurso. Acho que já pedalei quase 100 mil quilômetros.
ALEXANDRE MIORIM – alexandre@jornalahora.inf.br