Historiador lança  quarto livro sobre temática LGBTQI

Lajeado

Historiador lança quarto livro sobre temática LGBTQI

Jandiro Adriano Koch analisou publicações que circularam no Vale entre 1925 e 1999

Historiador lança  quarto livro sobre temática LGBTQI

A abordagem relativa ao público LGBTQI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Intersex e Queer)em jornais do interior é o tema do novo livro do historiador Jandiro Adriano Koch. O lançamento da obra “Sociedade à Espreita” ocorreu na noite de ontem, no Sesc Lajedo, e contou também com uma roda de conversa com o autor e com o mestre em Psicologia Social Francis Deon Kich, que assina o prefácio.
 
O livro tem 128 páginas e consiste em uma parte do trabalho de conclusão de curso em História, área pela qual o escritor se formou em 2008, na Univates. Para sua pesquisa, ele analisou as produções de feminilidades, masculinidades e identidades/subjetividades LGBTQI em discursos publicados em diversos jornais distribuídos na região entre 1925 e 1999.
 
Seu trabalho inclui ainda entrevistas realizadas com as “Mães pela Diversidade”, movimento que ocorre em nível nacional e que tem duas representantes no Vale do Taquari. Ele estima ter analisado 10 títulos. O livro, porém, se restringe ao que se observou a partir dos anos 70, quado começa a expansão urbana e surgem os primeiros trans por aqui.
 
De forma geral, Koch – que também tem pós-graduação em Gênero e Sexualidade –, notou que a abordagem a esse público partia de terceiros, como religiosos, profissionais de Psicologia e Medicina e políticos. O teor das publicações geralmente era negativo, e associava o crescimento desse grupo a pecados e ao risco de proliferação de AIDS na região, além de o colocar como alvo de piadas e deboche.
 
“Era um grupo sem voz. E havia muito diferença entre as grandes cidades e o interior. As festas (gays), por exemplo, começaram aqui só nos anos 2000”, exemplifica. Ressalta, porém, que esse cenário variava de acordo com o período em questão.
 
O especialista ainda observou que muitas figuras, outrora conhecidas, acabaram desaparecendo do meio midiático. Uma delas é a trans Sheron D’Ávila, que trabalhava na extinta boate Stillu’s. “Nos anos 90, ela aparecia bastante. Também quero resgatar essas figuras que tiveram protagonismo”, diz. O estudioso diz que Sheron ainda é viva, mas reside em Santa Catarina. O exemplar de Sociedade à Espreita custa R$ 45 e pode ser adquirido pelo site da editora Buqui ou no site da Amazon.
 

GESIELE LORDES – gesiele@jornalahora.inf.br

Acompanhe
nossas
redes sociais