Um mês e meio após a deflagração de uma das maiores operações policiais já registradas no Vale do Taquari, os resultados começam a aparecer. Um balanço divulgado ontem pela Polícia Civil do município aponta para uma redução na média de homicídios consumados e tentados por mês.
Conforme o delegado Márcio Moreno, os dados compilados pela Polícia Civil mostram um comparativo de antes e depois da Operação Ipê Amarelo, ocorrida em 5 de maio e que resultou na prisão de 18 pessoas. “A média mensal, antes era de 6,25 homicídios tentados e consumados. Depois, caiu para 1,5. Uma redução de 76%”, explica.
Quando se tratam apenas dos homicídios consumados, também há uma queda, de 3,5 para um por mês. A redução, neste caso, é de 71%. “Esse é um controle que fazemos no nosso sistema. Agora, vamos trabalhar com a meta de tentar manter a média ou reduzir mais. Trata-se de um dado importante para a cidade”, aponta Moreno.
Recentemente, dados divulgados pela Secretaria Municipal de Segurança apontou que Lajeado possui uma média de 23,6 homicídios a cada 100 mil habitantes. “Estamos em um padrão metropolitano e dentro da média nacional, quando deveria ser muito inferior”, avalia.
Trabalho conjunto
Desde janeiro, Lajeado registrou 28 tentativas de homicídios ou assassinatos consumados. O mês mais violento, conforme Moreno, foi janeiro, com nove casos registrados. Desses 28, apenas três ocorreram depois da operação Ipê Amarelo. Ao todo, são 15 homicídios em 2019.
Moreno lembra que houve críticas quanto ao resultado da operação, principalmente por todo o aparato policial montado naquele dia. Ele destaca, entretanto, que a redução dos crimes só foi possível graças ao trabalho conjunto entre as forças de segurança, como a Brigada Militar, Prefeitura, Ministério Público e Poder Judiciário.
Os mutirões realizados após a operação apontaram 51 unidades em situação irregular, conforme contrato entre beneficiário e Caixa Econômica Federal. O relatório foi feito por Ministério Público e pela Secretaria Municipal de Habitação, Trabalho e Assistência Social (Sthas).
Depois da pacificação dos condomínios, objetivo da primeira etapa da operação, a segunda fase será focada no patrimônio das facções que atuam no local e arredores.
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br