Entre a festa  e o sossego

Editorial

Entre a festa e o sossego

Não são raros os casos de intervenção policial em encontros de jovens em espaços públicos. Nesse fim de semana, pelo menos dois eventos foram interrompidos no Vale do Taquari em função do excesso de barulhos e da perturbação do sossego.…

Não são raros os casos de intervenção policial em encontros de jovens em espaços públicos. Nesse fim de semana, pelo menos dois eventos foram interrompidos no Vale do Taquari em função do excesso de barulhos e da perturbação do sossego.
 
Reportadas nesta edição, as duas situações remetem a um debate mais amplo que diz respeito ao Código de Posturas de Lajeado. Conforme a legislação, “nenhum divertimento público poderá ser realizado sem autorização do Poder Público”. As reuniões espontâneas são permitidas, desde que sejam respeitados os limites.
 
Ao mesmo tempo em que a gurizada tem o direito de se divertir, trabalhadores também precisam ter garantido o direito ao pleno descanso durante as noites. Não é justo que a farra de alguns se torne a perturbação de outros.
 
Entretanto, uma cidade em crescimento como Lajeado, com mais de 80 mil habitantes, considerada a capital regional, precisa também estar preparada para contemplar os anseios da juventude. Muito em função da presença da Universidade, milhares de jovens de outras localidades são hospedados no município.
 
Além de coibir as ilegalidades, combater o abuso e manter a segurança pública, a municipalidade também deve se preocupar em dispor de espaços apropriados para a diversão e o lazer desse público em específico.
 
O potencial econômico de explorar a disposição dos jovens para a boemia é enorme. Trata-se de uma ótima oportunidade para movimentar o comércio e toda uma cadeia de profissionais, como artistas, taxistas e funcionários de casas noturnas, entre outros. Mas, é claro, tudo precisa ser dentro da legalidade e das normas de segurança pública.
 
O debate sobre o tema é comum em cidades de médio a grande porte. Como equacionar os desejos de público tão diversos, sem prejuízo aos direitos de ambos? A resposta não é simples e merece a reflexão dos agentes públicos. Ao se projetar como uma “cidade inteligente” no futuro, Lajeado deve buscar, enquanto tarefa estratégica, o equilíbrio entre o lazer e o sossego.

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