Rodovia bloqueada, escolas fechadas  e tensão nas ruas

Vale do Taquari

Rodovia bloqueada, escolas fechadas e tensão nas ruas

Movimento liderado por sindicatos reuniu centenas de pessoas e dividiu opiniões pela região

Rodovia bloqueada, escolas fechadas  e tensão nas ruas

Centenas de manifestantes caminharam pelas principais ruas de Lajeado sob aplausos e vaias. O ato, que integrava a greve geral no país, ocorreu nessa sexta-feira, 14. Com placas contra a reforma da previdência e os cortes orçamentários na educação, o grupo iniciou a caminhada na avenida Piraí, por volta das 10h, e terminou duas horas depois, no centro da cidade.
 
No trajeto de quase cinco quilômetros, gritavam frases como “não vai ter reforma, vai ter luta” e “tem dinheiro para a milícia, mas não tem para a educação”. O único ponto de silêncio foi nas proximidades do Hospital Bruno Born.
 
Ao chegarem na prefeitura de Lajeado, integrantes do grupo citaram o nome de Marcelo Caumo e pediram ao prefeito para não apoiar à reforma da previdência.
 
“O relator (Samuel Moreira) prometeu tirar a capitalização, os estados e aposentadoria rural da reforma. Mas isso tudo vai voltar pro Congresso se não nos mobilizarmos. Essa é a primeira de várias mobilizações”, informou o presidente do Sindicomerciários, Marco Rockenbach.
 
Representando o STR de Arroio do Meio, Paulo Grassi, acredita que a reforma irá acabar com a previdência social e aumentar ainda mais a desigualdade no país. “A previdência é uma forma das pessoas garantirem uma velhice segura. Sem ela, quem irá ganhar são os bancos com as previdências privadas”, argumentou.
 
Os professores Maiquel Ingremani e Sabrina Santos se deslocaram de Bom Retiro do Sul até Lajeado para participar do protesto. O motivo é a preocupação com os investimentos no ensino. “Orientamos os alunos para serem pessoas melhores e frequentarem uma faculdade. Mas não sabemos como será o ensino superior público no futuro”, teme Sabrina.  Organizadores estimaram a participação de mais de mil pessoas, entretanto Brigada Militar (BM) contabilizou cerca de 300 manifestantes.
 

Momento tenso na RSC-386

Por cerca de 15 minutos, o grupo bloqueou a RSC-386, próximo ao trevo de acesso principal a Lajeado. Líderes reforçaram os motivos da paralisação e destacaram que “alguns minutos parados era pouco para garantir a previdência e mais investimentos na educação”.
 
Entretanto, parte dos motoristas que estavam no congestionamento quilométrico que se formou criticaram o movimento. “Tenho prestação pra pagar do caminhão e preciso sustentar minha família. Todos têm direito de protestar, mas que liberem a faixa pra gente”, rebateu o caminhoneiro de Nova Santa Rita, Sidnei de Lima Lucas.
 
Discussões entre manifestantes e motoristas foram registradas no acesso da rodovia até a avenida Benjamin Constant. Num dos momentos mais tensos, um motorista furou o bloqueio, foi cercado por manifestantes e puxou um facão para intimidá-los.
 
No restante do percurso foram registradas manifestações de apoio aos manifestantes com palmas e buzinaço. Houve também quem criticou o protesto, em especial, pelo fato de ter ocorrido em um dia útil de trabalho.
 

Taquari também registrou manifestação

Cerca de 300 pessoas participaram das manifestações em Taquari. De manhã, o grupo formado, em sua maioria, por professores e alunos realizou uma caminhada pela rua Sete de Setembro até a escola Barão de Ibicuí. Também realizou manifestações na Praça São José até a tarde.
 

Sem aulas

Conforme levantamento do Cpers, pelo menos oito colégios estaduais paralisaram as atividades total ou parcialmente. São as escolas Fernandes Vieira, Presidente Castelo Branco e Érico Veríssimo, em Lajeado; Jacob Arnt, de Bom Retiro do Sul; João de Deus, de Cruzeiro do Sul; Vidal de Negreiros, de Estrela; e Pereira Coruja, de Taquari. Também estiveram sem aulas os alunos das 13 escolas municipais de Taquari.
 

FÁBIO KUHN – fabiokuhn@jornalahora.inf.br

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