Poda de árvores surpreende lojistas e divide opiniões

Estrela

Poda de árvores surpreende lojistas e divide opiniões

Proprietária de floricultura fez solicitação ao governo, alegando dificuldades para o tráfego de pedestres. O corte desagradou outros comerciantes

Poda de árvores surpreende lojistas e divide opiniões

Lojistas, moradores e pedestres que circulam pela rua Coronel Flores, no Centro, foram surpreendidos com o barulho de motosserras logo no começo da manhã de ontem, 11. O motivo era a poda de duas árvores espatódeas, em um trabalho comandado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento, que chegou a interromper o trânsito na via.
 
A derrubada das árvores chamou a atenção de quem passava pelo local e repercutiu nas redes sociais, com críticas e apoio à iniciativa. O principal motivo de reclamação, porém, foi a quantidade de “lixo verde” que se acumulou na calçada e na rua no decorrer do dia. O recolhimento deve ser feito somente hoje.
 
Proprietária de uma loja que fica em frente às árvores podadas, Kátia Paladini ficou descontente com a ação do governo. “Eram árvores antigas e muito bonitas. Ficamos surpresos com a situação, pois, na minha visão, elas não estariam podres”, lamenta.  Segundo a lojista, já se comentava sobre uma possível poda dos galhos, mas não o corte total da vegetação. “Quando cheguei na loja de manhã, já estavam derrubadas”, comenta.
 
O pedido de poda partiu de uma lojista da rua, mas outros comerciantes não foram consultados. Dona de uma loja de calçados, Ana Santos tem estabelecimento no local há 26 anos e também discorda da poda. “Alguns galhos causavam problemas, mas não precisavam podar toda ela. Já haviam feito isso também com a árvore que estava em frente à minha loja. Agora a rua está feia, sem uma plantinha verde”, comenta.
 

“Árvores estavam causando inúmeros problemas”

Há 34 anos, Lourdes Messer possui uma floricultura na Coronel Flores. Ela recorda que ajudou a plantar as árvores, embelezando a rua. Mas também foi quem fez o pedido de poda. Segundo ela, elas estavam levantando as calçadas e causando transtornos principalmente aos pedestres.
 
“Já vi muita gente escorregar e cair aqui na frente, principalmente quando chove e enche de flores amarelas”, salienta. Lourdes observa que, no lugar das árvores derrubadas, serão plantadas duas novas.
 
O secretário de Meio Ambiente, Hilário Eidelwein, defendeu a medida e diz que tudo foi feito dentro da lei. “Eram árvores exóticas que estavam causando inúmeros problemas. Isso já era solicitado pela associação de moradores do bairro Centro e por lojistas”, afirma. Segundo ele, a ideia era ter executado a poda há pelo menos um ano.
 
Eidelwein, que também participou do plantio das árvores, há mais de 20 anos, diz que cometeu “crime ambiental” naquela época, por desconhecimento da legislação. “Não se planta esse tipo de árvore em calçadas. Já tivemos canos estourados, lojas inundadas por conta da sujeira. Tiramos antes que cause mais problemas”, justifica.
 

MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br

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