Vinte e três mulheres brasileiras entram em campo neste domingo, 9, na França. Elas abrem a corrida feminina tupiniquim pelo título da Copa do Mundo de Futebol. Se enganou quem disse que era preciso esperar mais quatro anos para assistir a uma Copa: cá estão as seleções femininas, protagonizando mais um campeonato apenas um ano após a competição masculina, que ocorreu na Rússia.
Mais do que nunca, este ano a modalidade movimentou muitos fãs do esporte para acompanhar o maior campeonato mundial de futebol. Já transmitido em outras edições pelo canal da Band, a força feminina conquistou mais espaço e agora tem os jogos transmitidos também pela grande emissora Globo.
Vinte e quatro seleções vestem suas camisas neste ano para protagonizarem a oitava edição da Copa que, neste ano, tem uma sede inédita, a França. De acordo com a jornalista esportiva do Folha Uol, Renata Mendonça, o futebol feminino vive uma fase de transformação em todo o mundo. “As seleções estão evoluindo cada vez mais e as mulheres quebrando todas as barreiras em uma modalidade que ainda sofre bastante preconceito”, analisa. Para ela, a Copa é uma oportunidade de romper os paradigmas de quem ainda pensa que “futebol é coisa só para homem”.
Recorde feminino
O Canadá foi o palco da última edição do torneio, que bateu recordes de público. No total, foram 1,3 milhão de pessoas que compareceram às partidas. Foi uma média de 26 mil pessoas por jogo. A audiência televisiva também acumulou pontos na conquista feminina, com 750 milhões de espectadores acompanhando o mundial. A final da copa de 2015, disputada pelos Estados Unidos e Japão, foi o jogo de futebol mais assistido da história dos americanos, considerando tanto a modalidade feminina quanto a masculina.
Comparativos
Apesar das notórias evoluções no futebol feminino, as premiações da Fifa às mulheres foram alvo de críticas assim que anunciadas. De acordo com dados divulgados pela própria federação em dezembro de 2018, será distribuído a todas as seleções que disputam a Copa na França um total acumulado de US$ 30 milhões. O valor representa pouco mais de 1% das reservas nos cofres da Fifa. As 32 seleções do masculino receberam em 2018, na Rússia, um montante US$ 400 milhões.
Cartolas da entidade explicaram em entrevista ao Uol que esse valor é significativamente mais baixo do que o pago aos homens por conta da diferença ainda profunda na receita da Copa feminina comparada à masculina. A queixa de mulheres dentro da entidade, porém, é de que a Fifa vem acumulando uma receita inédita com o futebol masculino, mas com um repasse ainda pequeno para as garotas que, em muitos países, sofreram com a interrupção forçada da prática devido a regimes de ditadura militar. Um dos casos é o próprio Brasil.