Entre abril e maio passado percorri 800 quilômetros do histórico Caminho de Santiago de Compostela. Foram 30 dias de uma caminhada cultural e espiritual pelo interior da França e Espanha. Passei por diversos sítios exóticos, como a cordilheira dos Pirineus, o medieval vilarejo chamado “O Cebreiro”, os vinhedos de La Rioja e os bosques da Galícia. Percebi o quanto essa tradicional peregrinação sustenta as pequenas cidades. E percebi, também, semelhanças naturais e patrimoniais com os caminhos autoguiados do Vale do Taquari.
Não fosse o Caminho de Santiago, muitos vilarejos estariam fadados à extinção no norte da Espanha. Foncebadón, apesar da beleza patrimonial, é um desses. Foram cerca de 30 anos de completo abandono. Suas construções de pedra estavam sucumbindo com a ação do tempo. Mas renasceu com o advento de albergues, restaurantes típicos e “tiendas” com produtos coloniais. Tudo para satisfazer os peregrinos, ávidos por novas descobertas culturais. Hoje, a vila é auto-sustentável.
Voltando os olhos para oVale do Taquari, enxergo com muito entusiasmo este mesmo modelo de turismo sendo implantado em nossas pequenas cidades. Os “Caminhos Autoguiados”, coordenados hoje pela Amturvales mas cujo embrião foi o promissor projeto “Caminhos da Colônia”, têm tudo para se tornar o grande modelo de autosustentabilidade de muitos vilarejos da região. Belezas naturais, patrimoniais, e gastronomia típica não faltam por aqui.
Temos o ouro na mão. Basta lapidá-lo com auxílio do poder público e com ousadia por parte da iniciativa privada. Nada se constrói do dia para a noite. É preciso pensar a longo prazo e acreditar no produto. E fico feliz em saber que quase metade do Vale do Taquari acredita. Recentemente, Muçum inaugurou seu Caminho Autoguiado. Seguindo o mesmo bom exemplo de Progresso, Westfália, Marques de Souza, Itapuca, Sério, Paverama, Travesseiro, Arroio do Meio, Roca Sales, Vespasiano Corrêa, Anta Gorda, Roca Sales e Coqueiro Baixo.
Politicagem 1
Tem empresário preocupado com a “politicagem” na Câmara lajeadense. A demora na apreciação de projetos, como o PL do transporte público, é utilizada como forma de retaliação ao Executivo. E isso é danoso. Mas a embromação ficou escancarada após a rejeição dos parklets – que não ficariam restritos ao Centro e seriam custeados pela iniciativa privada. Carlos Ranzi (MDB), por exemplo, mudou da água para o vinho. Em uma postagem de três de janeiro de 2018, ele mesmo sugeriu a instalação.
Politicagem 2
Por outro lado, o governo municipal de Lajeado deixa margem para os contribuintes e parlamentares questionarem suas ações. Exemplo é o programa Avançar Cidades. A câmara desta vez aprovou o financiamento de R$ 20 milhões junto à Caixa Econômica Federal já em dezembro de 2017. Em janeiro de 2018, o Ministério das Cidades confirmou os recursos à cidade, e naquele mês já foram anunciadas as vias públicas e demais áreas para os investimentos – entre essas, a duplicação da ponte sobre a ERS-130, que interliga o Florestal e o Montanha. Pois bem. O governo de Estrela já iniciou os serviços. E Lajeado? Vai aguardar o ano eleitoral?
Teutopark está mais próximo
Os vereadores de Teutônia aprovaram por unanimidade o projeto do Executivo que autoriza o leilão de lotes para a construção do Teutopark. Os recursos arrecadados com as vendas serão utilizados na infraestrutura do novo local, que será construído no bairro Centro Administrativo. Nesta primeira etapa, serão disponibilizados 14 lotes com áreas entre 420m² e 607m², destinadas à instalação de empresas do ramo de alimentação. O parque terá centro gastronômico, de esporte, turismo e lazer. O investimento inicial passa de R$ 1,5 milhão.