A tendência é chegar junto

Opinião

Sérgio Sant'Anna

Sérgio Sant'Anna

Publicitário

Assuntos e temas do cotidiano

A tendência é chegar junto

Vale do Taquari

Quando falamos em inovação, costumamos citar os grandes casos para ilustrar. Steve Jobs, por exemplo, é sempre citado, mas não podemos deixar de admirar a ousadia de Elon Musk que, depois de fundar a Paypal, acelerou na fabricação de carros elétricos com a Tesla e tem como meta – ainda em vida – nos ver, seres humanos, aterrissando em Marte. Para isso, criou a SpaceX, que construiu o primeiro foguete de combustível líquido com financiamento privado e já entrega cargas na órbita terrestre.
O ex-piloto da Fórmula 1, Nikki Lauda, que faleceu esta semana, depois de quase morrer queimado num acidente nas pistas, fundou duas companhias aéreas e, depois, uma terceira. Antecipando o fim das locadoras de vídeo, a Netflix iniciou seus negócios entregando DVD pelos correios, aproveitou a onda do streaming e se transformou na maior fornecedora de filmes via internet. Agora, passa a ter um catálogo de filmes e webséries exclusivas, produzidas ou coproduzidas em diversos países, inclusive no Brasil.
Frequentemente trato do assunto em sala de aula, não simplesmente elucidando o arrojo desses empreendedores, mas tentando nos fazer entender como cada um de nós vai traçar o seu projeto de transformação – pessoal, profissional, empresarial. Usamos os ambientes de marketing para analisar as tendências que se apontam ou, ainda, ouvir as percepções dos mais atentos e curiosos, dispostos a investigar o que ronda o mercado e a sociedade.
Tudo tem seu peso, dependendo da circunstância em que nos encontramos. Porto Alegre, capital do estado, aqui bem pertinho do Vale, amarga maus momentos, com a imagem da violência muito presente, economia vacilante e dificuldades de alinhamento entre gestão pública e comunidade. Em meio a isso, projetos como o Pacto Alegre rompem na contramão do pessimismo.
A partir da iniciativa de universidades, o projeto ganha corpo com a adesão do poder público e do empresariado, que entende o movimento como potencial para, além de revitalizar espaços vazios, aglutinar empreendedores, boas ideias e possibilidades de mercado em favor da cidade, criando empregos, favorecendo arte, cultura, debates e o pensamento livre e inovador – um verdadeiro ecossistema criativo.
Equipes multidisciplinares têm papel relevante nesse processo de mudança. Pensar o todo exige visões díspares para que se enxergue por todos os ângulos e perspectivas e se consiga identificar o lado bom da coisa – e não só o lado ruim. A diversidade também pesa. Gêneros, etnias, culturas, níveis sociais e competências distintas abrem o leque e nos permitem entender as dores que todos nós enfrentamos, tanto na jornada do consumidor, no funil de vendas, quanto nas necessidades sociais que cada grupo demanda.
Além de engenheiros capazes de ir à lua, de geólogos, médicos, físicos e químicos, precisamos também de historiadores, assistentes sociais, sociólogos, comunicadores e toda a sorte de profissões que ainda estão por ser criadas. Na verdade, precisamos de profissionais de qualidade em todas as áreas, das Exatas, da Saúde e de Humanas.
Sem perceber as tendências, ficamos a reboque do que vier, levados por manifestações e anseios que nem sempre correspondem ao que realmente necessitamos para crescer. Se as tendências estão chegando, então, que o Vale do Taquari chegue junto!

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