Era questão de tempo. A Polícia Federal deflagrou operação para derrubar um esquema supostamente fundamentado no investimento em criptomoedas. Mais de R$ 21 milhões foram aplicados somente em Lajeado.
Conforme o Superintendente da PF responsável pelo caso, o delegado Alexandre Isbarrolam, não havia investimento em criptomoedas: era uma clássica pirâmide, modelo criado nos anos 1920 pelo italiano Charles Ponzi.
O funcionamento é simples. As pessoas entram pela promessa de lucro muito acima do praticado pelo mercado. As retiradas são pagas com o valor arrecadado dos ingressantes, até o momento em que as entradas não conseguem mais cobrir as saídas.
Uma pirâmide pode ser lucrativa para alguns. Aquele seu amigo que sacou o dobro do investido, está tirando dinheiro dos que ainda não sacaram. Conforme o inquérito, os investidores são vítimas, mas também podem ser investigados e responder na justiça como facilitadores do esquema.
A vida de alto luxo dos donos do esquema, o patrimônio alocado em nome de laranjas, as imagens de dinheiro vivo em moeda estrangeira, nada disso é capaz de demover aqueles que preferem continuar acreditando em dinheiro fácil. Os comentários dos defensores da empresa investigada nas redes são sustentados por notas feitas pela própria. Eu continuo a acreditar nas autoridades.
O fato é que esses R$ 21 milhões deixaram de circular na cidade. É dinheiro que poderia fortalecer o comércio, a indústria e os serviços, gerando empregos, renda e mais riqueza. Espero que as pessoas consigam reaver os seus investimentos. Em tempos de crise, um revés desse tamanho tem peso na economia regional.
Foco na experiência do usuário
Empresa de Tecnologia da Informação residente no Tecnovates, a Retta promoveu na quinta-feira, 23, um café da manhã para falar sobre as estratégias de negócios voltadas para a UX, ou experiência do Usuário. O evento teve a presença da diretora da Hypervisual, Letícia Polidoro, coordenadora do grupo UI/UX da Associação dos Usuários de Informática e Telecomunicações do RS.
Opinião
Evento tradicional no calendário de qualificação empresarial do Vale do Taquari, o Reload Sindilojas não ocorrerá em 2019. Nas seis edições realizadas, a iniciativa se notabilizou por trazer grandes palestrantes e workshops simultâneos com temas pertinentes à gestão empresarial.
Foi em um Reload Sindilojas, em 2016, que Edmour Saiani apresentou os conceitos do varejo de um futuro já presente. No ano anterior, Dulce Ribeiro abordou a necessidade de adotar modelos cooperativos e de compartilhamento entre gestores e colaboradores para vencer uma crise que não era apenas econômica, mas sim de comportamento do consumidor.
A busca por soluções para esse período de transição foi a tônica dos dois anos seguintes. Em 2017, Rômulo Tevah instigou a busca pelo inusitado. Em 2018 foi a vez de Dado Schneider desvendar o comportamento das novas gerações em uma palestra frenética – tão veloz quanto as transformações provocadas pelos jovens no mercado de consumo.
Todos os temas trabalhados ao longo da história do evento visam orientar o empresário em meio às dificuldades contemporâneas, um papel fundamental em tempos de incerteza. Apesar do sucesso de público, dificuldades financeiras resultaram no cancelamento da edição de 2019. A origem da falta de recurso provém de um erro de cálculo do setor empresarial. Em 2016, os empresários enxergaram uma brecha para enfraquecer os sindicatos de trabalhadores – acabar com a obrigatoriedade da contribuição sindical – e fizeram forte lobby para incluir a demanda na reforma trabalhista.
O efeito colateral foi a redução no caixa das entidades empresariais que também dependiam desse recurso, entre elas o Sindilojas-VT. Situação semelhante vive o Sescon-RS, que reduziu as ações no interior do Estado, entre outras medidas de contenção.
A situação evidencia a falta de compreensão quanto ao papel dos sindicatos, sejam eles patronais ou de trabalhadores. Para além das disfuncionalidades, são estruturas fundamentais para mediar a relação de forças entre o capital financeiro e o capital humano.
Se existem exageros e mal uso dos recursos, é outra conversa. Inconcebível é perder os benefícios que as entidades representam para a sociedade, seja na oferta de qualificação para o setor empresarial ou de assistência aos trabalhadores. O clima de “nós contra eles” prejudica os dois lados.
Boa Leitura!