InDeal tira o sono de muita gente
O episódio InDeal deflagrado nesta semana pela Polícia Federal deu o que falar. Tão logo os jornais e demais veículos escancararam a Operação Egypto, uma grande corrida se sucedeu para tentar sacar o dinheiro depositado, cuja promessa de rendimento é de 9% ao mês, atualmente.
O cerco da PF aos diretores e a apreensão de seu dinheiro em espécie, bloqueio bancário e recolhimento dos computadores na sede da empresa, em Novo Hamburgo, a impediram de continuar. Sem dinheiro, sem computadores e bloqueada, a saída foi recorrer ao suporte chinês. Ao menos é isso que a empresa alega e informa aos seus clientes.
Antes disso, ainda na quarta-feira, o desespero dos que haviam solicitado saque e não conseguiram retirar o dinheiro aumentou. Alguns escritórios de advocacia lotaram.
Passado o turbilhão de notícias e denúncias, a InDeal retomou o contato com os clientes em todo país, por meio de seu aplicativo, se valendo dos representantes locais.
Em Lajeado, por exemplo, são vários os que intermediaram aportes e agora orientam sobre a manobra digital para reaver o dinheiro que, antes de voltar à conta bancária, precisa passar por uma conta em corretora de criptomoedas.
Desde ontem, vários aportadores começaram a receber não em dinheiro, mas em Bitcoins. Para isso tiveram de abrir conta em corretora e, somente após esta transação, transferir o dinheiro de volta ao seu banco. A maioria ainda está em compasso de espera.
O processo é aparentemente simples para quem é familiarizado com a internet. Imagino como seja para pessoas mais idosas ou que não dominam a tecnologia com a mesma facilidade.
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Enfim, a novela InDeal e das criptomoedas está longe do fim. Reafirmo o que escrevi em coluna anterior: o mundo financeiro mudou e nunca mais será o mesmo. As oportunidades têm o tamanho das ameaças. Para se meter neste tipo de transações, é bom estar informado e ter cautela.
A Bolsa de Valores é um bom exemplo de como as pessoas ganham e perdem dinheiro fácil. Nas criptomoedas não é muito diferente.
Em relação à InDeal, pode-se dizer que este é seu grande “teste de fogo”. Se conseguir comprovar a aplicação de recursos em criptomedas e honrar compromissos com seus clientes, então, dará a volta por cima e inaugura uma nova era no mercado financeiro brasileiro.
Do contrário, será reduzida às cinzas e, consequentemente, muita gente perderá dinheiro. No caso de Lajeado, R$ 21 milhões.
Imagine este montante sumir da economia local. Configura uma verdadeira tragédia e deixaria a região mais pobre e mais vulnerável.
Maioria ainda desconhece impacto do eSocial
Painel do Negócios em Pauta realizado nesta semana, no auditório da Unimed, em Lajeado, deu luz a uma situação nada otimista. Os três painelistas, contadores, Rosa Haas Ongarato (Schumacher Cont. Ass.), Flávio Dondoni Jr. (Sescon/RS) e Ricardo Nicolau ( UnimedVTRP) foram unânimes em alertar que a maioria dos empresários não está ciente das responsabilidades e riscos a partir da entrada em vigor do eSocial*.
O maior problema está na descrença de grande parcela em relação às penalidades. “Os contadores e o setor pessoal está informado, mas muitos nem dão bola”, alertou Rosa. Infelizmente, muitos apenas se darão conta quando receberem as multas e não tiverem como voltar atrás, lamentou.
As normas do eSocial são menos impactantes para as grandes empresas, as quais já possuem um corpo técnico alinhado com as necessidades. Quem possui o departamento pessoal e de RH estruturado, de modo geral, está preparado para as novas regras. O gargalo está nas pequenas empresas, inclusive, naquelas que possuem apenas um ou dois funcionários. “A maioria não tem estrutura nem conhecimento sobre o mínimo necessário”, observou Dondoni.
Médicos, entidades, ONGs ou qualquer empresa com CNPJ, inclusive os MEIs com um funcionário, terão de se adequar. O MEI sem funcionário está fora da exigência.
Na opinião do representante do SESCON/RS, vai haver fechamento de empresas e até de escritórios de contabilidade. “Muitos não estão preparados para atender as demandas, e alguns já decidiram fechar”, informou.
Se para o escritório contábil é complicado, imagina para o pequeno empreendedor. O segredo está em não procrastinar a busca por orientação. O tema precisa ser incorporado na rotina das empresas e dos funcionários, sob pena de haver uma “epidemia” de multas. Aliás, o governo projeta arrecadar cerca de R$ 30 bilhões anuais, só em multas, a partir do momento que o eSocial entrar em vigor, em primeiro de julho de 2019.
É bom não subestimar o problema.
(*) Escrituração Digital
das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas
Exemplo é o melhor modelo
Gabriel Carneiro foi perfeito durante o painel do PENSE, na Univates, nessa quinta-feira. “Não adianta querer deixar um mundo melhor para seu filho, deixe um filho melhor para o mundo”. O debate trouxe à tona o episódio do piquenique do CEAT.
Mais uma vez, Carneiro foi no alvo. Condenou o alvoroço, o sensacionalismo e o “condenação” estérica das redes sociais acerca dos jovens estudantes. O problema vem antes. “Às vezes, nos falta tempo até para conversar com os filhos”. Logo, este é o modelo que “sugerimos”.
Pesquisa repercutiu
Não poderia ser diferente. A pesquisa que avalia o governo municipal de Teutônia não agradou a todos. O governo pensa que poderia ser melhor, enquanto a oposição refuta a aprovação. O levantamento foi realizado em todos os públicos, e quando se trata de reflexo populacional, o peso de qualquer cidadão é igual. Rico ou pobre, letrado ou semianalfabeto, todos têm o mesmo valor.
Pesquisa costuma refletir o sentimento momentâneo das pessoas, e à medida que as eleições se aproximam e contaminam a opinião pública, a divisão se acentua, o que ainda não é o caso, em nenhuma cidade. Também não foi em Teutônia.
DNA desafiado
Esta é a provocação e reflexão da revista Pensar Teutônia, entregue ontem aos assinantes do A Hora e, em especial, aos teutonienses. Líderes políticos, empresariais e educacionais pretendem criar um movimento de empreendedorismo e inovação semelhante ao Pro_Move Lajeado.
A ideia é vital para acompanhar e participar do ciclo de transformação tecnológica que se impõe em diferentes setores. As forças vivas de Teutônia têm plena capacidade para arregimentar um projeto vertiginoso de crescimento, além de seu ciclo natural já consolidado nos 38 anos de emancipação, comemorados ontem, dia 24.
Apesar de jovem diante de Lajeado, Estrela, Arroio do Meio e Encantado, Teutônia esboça um perfil arrojado de crescimento. Sua diversidade econômica, localização, tamanho e, principalmente, seu espírito cooperativista sinalizam singularidade. Aliás, é o DNA da cooperação que agora é colocado à prova para descobrir o quão incorporado está nos teutonienses.
Para o movimento dar certo, os egos, vaidades e partidarismos terão de sair de cena. Todos em prol de uma ideia coletiva pelo desenvolvimento de longo prazo.
Fica a expectativa. Será que os políticos vão deixar? Os empresários e líderes de entidades estão preparados e dispostos a abrir mão de vaidades em prol de um projeto maior? E a população, está preparada para reconhecer a necessidade em detrimento de algumas obras imediatistas?
São perguntas sem respostas, ao menos até aqui. Resta esperar como se comportarão os diferentes atores de Teutônia.
Será a hora de mostrar que a “terra do cooperativismo” tem de fato um povo unido, capaz de pegar junto. Esperamos.