Caumo ainda  não admite, mas  disputará reeleição

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Caumo ainda não admite, mas disputará reeleição

Apesar do registro em cartório, o prefeito de Lajeado assumirá desgaste e descumprirá promessa feita em 2018
 
Questionado à “queima roupa”, ao telefone, ontem, o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo (PP) titubeou aos falar do próximo pleito municipal. Após pequena pausa, despistou: “é difícil dizer agora. Tenho dito que a melhor política, no momento, é não fazer política”. Afirmou estar concentrado em manter um grupo coeso e coerente para dar “sequência ao projeto em curso”.
 
Como desafio do governo – que já passou da metade -, Caumo cita a educação. “Não adianta ganhar prêmios e reconhecimentos, precisamos atender os anseios ainda latentes”, referindo-se às vagas em creches, apesar dos avanços.
 
Quando questionado sobre “qual projeto dar sequência”, Caumo descreveu a característica de sua gestão: “ouvir menos os partidos, ter austeridade, transparência, desburocratizar a máquina e estimular a nova matriz econômica e social”. Nesta última, ele se refere ao Pro_Move e ao Pacto pela Paz.

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Campanha de 2018: Caumo dizia que quatro anos eram suficientes


Cauteloso com as palavras, Caumo destacou a vice-prefeita Gláucia Schumacher, do mesmo partido, como opção a ser respeitada.
 
Como colunista de opinião, neste espaço, cabe interpretar o movimento de Caumo rumo à reeleição. Ainda que, discretamente, ele prepara terreno e conta com a postura pacífica da vice-prefeita.
 
O documento registrado em cartório irá para os ares. Caumo descumprirá a promessa e invocará a “pressão das bases para concorrer”.
 
Não faltarão críticas, nem movimentos contrários. A sigla mais articulada para enfrentá-lo, até o presente momento, se desenha um cenário com o MDB, e possibilidade de apoio do PDT e PT. Celso Cervi é o maestro habilidoso que atua nos bastidores.
 
Daniel Fontana (PSL) está gostando da ideia da via alternativa, com propósito de arrematar o eleitorado mais periférico. Ainda assim, não tem garantia de ser o único desgarrado da polarização, pois uma quarta via pode surgir para esculhambar as oposições e facilitar ainda mais as coisas ao PP.
 
As únicas vezes que a antiga ARENA perdeu nas últimas quatro décadas, foi quando as oposições se uniram em Lajeado. Leopoldo Feldens (MDB) e Luís Fernando Schmidt (PT) conseguiram o feito inédito nestes quase 40 anos, pós-governo de Darci José Corbelini (PDT), findado em 1982.
 
Muita água ainda vai rolar por debaixo desta ponte, mas o curso dela já é bem conhecido.
 

Política em Estrela transcorre sobre vidro

A presença assídua do secretário estadual da Justiça, Cidadania e Recursos Humanos, Catarina Paladini (PR), em Estrela, mostra movimento embrionário nos bastidores ao pleito de 2020. O PR presidido por Renata Becker se prepara para disputar a próxima eleição, com alguns filiados exigindo uma gestão mais séria, responsável e enxuta.
 
Isso sugere uma interpretação, no mínimo, curiosa, uma vez que vários nomes do atual governo podem compôr a aliança. Será difícil equacionar opiniões tão divergentes, mas a possibilidade é real.
 
O “loteamento de cargos” na Prefeitura de Estrela é crítica crescente nos bastidores contra a gestão de Rafael Mallmann (MDB). À medida que o governo se encaminha ao término, os ex-aliados aumentam e o período de “paz e amor” se esgota. O capital político do prefeito diminuiu, e pode derreter até o próximo pleito.
 
“Cuspir no prato que comeu” é algo comum na política partidária e, em Estrela, ao que tudo indica não será diferente. Se a popularidade de Mallmann seguir em queda entre os partidos aliados, a animosidade tende a aumentar.  Elmar André Schneider (PTB) quer encabeçar chapa de um lado, possivelmente, contra Valmor Griebler, que deve compôr com o PR.
 
Assim, haveria apenas duas frentes, ambas com chances reais de disputar e vencer o pleito. Resta saber qual linha cada um defenderá: se de continuidade, ou de rompimento do “acordão político” que elegeu Mallmann, duas vezes.
 
Indiferente de quem for situação ou oposição, o discurso será delicado. A crítica pode soar oportunismo, e a defesa ao governo acarretar ideia de submissão ao conchavo político, prática condenada por parcela cada vez maior da população, ainda que de forma um tanto discreta até aqui.
 
A sondagem eleitoral por meio de “pesquisa” partidária vazada, recentemente, no mesmo período em que o governo pagou uma pesquisa de opinião pública com dinheiro público, acirrou suspeitas, críticas e disputas internas. O desconforto entre governistas acelerou o vazamento de mais informações do que apenas aquela da enquete eleitoral.
 
Se os nomes acima forem confirmados, a eleição em Estrela transcorrerá sobre vidro até 2020.
 

Pro_Move avança

À medida que a sociedade se apropria do movimento Pro_Move Lajeado, as ações começam a ganhar forma. Na próxima quinta-feira, dia 09, das 7h30 às 10h, no Tecnovates, ocorre a apresentação do método de planejamento do ecossistema de inovação pela Fundação CERTI de Santa Catarina, contratada para liderar o processo de implementação das ações práticas. O poder público abre espaço para a comunidade permear as discussão e os rumos do plano.
 

45 anos

O dia de hoje, 4 de maio, marca os 45 anos do Sindicato dos Contadores e Técnicos em Contabilidade do Vale do Taquari (Sincovat). Com sede própria, compartilhada com Aescon, CRCRS e Sescon, a estrutura no Bairro São Cristóvão, em Lajeado, viabiliza uma série de convênios, cursos, certificação digital e participação em projetos de apoio ao desenvolvimento regional. A base de atuação atinge 44 municípios e 1.072 profissionais, entre contadores e técnicos em contabilidade.

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