Há mês e meio, numa passada habitual pela Assembleia Legislativa procurei o Deputado Edson Brum. Das questões prioritárias que afligem a região, fixamo-nos em pendência logística de fundamental importância, a qual, inexplicavelmente, foi relegada a segundo plano: a duplicação do trecho rodoviário Venâncio Aires/Muçum. Prontificou-se a marcar audiência com o Secretário Estadual de Logística e Transportes, Deputado Estadual Juvir Costella, do seu Partido. Mesmo assim, apenas um mês depois Brum conseguiu agendar a reunião para dia 17 último. “Venham numa comitiva pequena, pra render mais”, recomendou. E lá se foram seis pessoas coordenadas pelo Presidente da CIC-VT, deixando seus negócios, seus afazeres. Afinal, o assunto é de vital importância.
Nosso pedido, detalhado em ofício com todas as informações necessárias ao devido encaminhamento, solicita que o trecho de 70 km seja incluído no Programa estadual de concessões de rodovias à iniciativa privada, retirando-o da EGR, sem recursos suficientes e que vem nos enrolando desde 2013.
Pois, pasmem: após espera de trinta minutos foram atendidos por um assessor, sem poder de decisão. Isto porque o Secretário Juvir Costella não poderia atendê-los, apesar de ouvir-se sua voz conversando animadamente com alguém, no seu gabinete. Quer dizer: levou mês e meio para conceder a audiência e, em acontecendo esta, relega nossa comitiva a segundo plano, não vê nossa questão como prioritária. Aliás, nem se preocupou em saber nossa demanda.
Trago este relato porque esta atitude culmina com uma série de desfeitas do Estado conosco neste assunto que começamos a trabalhar em 2012! Na época prometeram formalmente que, se providenciássemos os Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e de impacto Ambiental, necessários à feitura do Projeto Executivo, determinariam a elaboração deste. Sob coordenação da CIC-VT e pagamento dos municípios lindeiros ao trecho, num total de R$ 160 mil, os estudos forma feitos e entregues à EGR em 2013. De lá para cá, só “enrolation” para cima do nosso Vale.
Querem mais “pílulas” neste sentido? Desde janeiro a Presidente da ACIL, Aline Eggers Bagatini e o Presidente da CIC-VT, Pedro Barth, convidam o governador Eduardo Leite para reunião almoço aqui. Ouvi-lo e falar-lhe do Vale. Esforço igual é feito por Adailton Cé, Presidente da ACISAM, buscando, através do deputado federal Lucas Redecker, audiência com Sua Excelência, mas focando a duplicação Venâncio/Muçum. Tudo sem sucesso. Afinal, para que interagir com o Vale do Taquari? É uma região boa em época de eleições, com seus 260 mil eleitores… Mas, só isto.
Mais uma, de tantas que teríamos para citar: o Programa de concessões de BRs à iniciativa privada, vencido pela CCR, quanto à BR 386 ignorou nossas demandas nas audiências públicas feitas previamente. Pelo contrário, mantiveram nosso “prêmio”: duas praças de pedágio entre Lajeado e Porto Alegre e o “privilégio” de sermos os principais financiadores da duplicação acima daqui. Apesar do nosso esforço adicional tentando, ao menos, implantar a cobrança eletrônica de pedágio, por trecho percorrido.
Enfim, em parte merecemos esse cenário. Ficamos batendo cabeça, buscando projeções pessoais, ao invés de privilegiar o esforço conjunto. Votamos em 150 candidatos em cada eleição que nem nos conhecem quando demandados. É hora de cruzar os braços nas eleições, diante de políticos meramente especuladores. Sugere-se um voto conjunto, em quem comprometido e respeitador da nossa importância nos contextos estadual e nacional. Senão, o futuro reserva sermos uma nova Metade Sul do Estado que busca, tenazmente, resgatar o que era há 60 anos.
