Não, isso não é verdade! Também isto não é um fato! Eu não li qualquer afirmação do gênero na imprensa ou nas redes sociais. Mas o título deste artigo, com certeza, poderá causar grande mal estar na maioria dos leitores, levando em conta àqueles que têm o hábito de limitar sua leitura ao passar de olhos, aquele hábito de ler apenas as manchetes. Este artigo provocará diferentes reações e atitudes.
Os que simpatizam com o Prefeito de Lajeado dirão que o articulista é irresponsável, que está caluniando uma autoridade e que terá que responder pelo ato irresponsável de imputar fato criminoso a um agente público. Estes devem ser a maioria, presumo, pois o cara venceu a última eleição com folga. A outra ala talvez se regozije, replique e comente com aquele tão fácil “eu sempre desconfiei daquele sorriso”, cobre uma investigação, quiçá uma CPI na Câmara de Vereadores, a abertura de um inquérito pelo Ministério Público.
Ou talvez ninguém leia, talvez ninguém dedique seu tempo para ler um texto cujo título premedite tamanha imbecilidade. Afinal, apesar de ocupar este espaço privilegiado a cada duas semanas, não sou muito atuante nas redes sociais, não tenho uma legião de fieis seguidores e as postagens que faço, a maioria ligadas a minha atividade profissional, atraem alguns likes e raros comentários.
Mas insisto e repito o NÃO do primeiro parágrafo! Não, não existe qualquer indício de malversação do dinheiro público no município de Lajeado, muito menos qualquer sinal de desvio de conduta do Prefeito Marcelo Caumo. Ao menos que eu saiba.
Ainda assim, decidi lançar a provocação porque o meu ajuste formal com o Jornal A Hora é baseado na reciprocidade. Está garantido o meu direito fundamental de liberdade de expressão e o dever de informar do jornal enquanto órgão de imprensa.
Por este ajuste, tenho a liberdade de escrever sobre o que eu bem entender, abordar os mais variados temas, expressar minha opinião pessoal, comentar fatos a partir da minha ótica, enfim me sinto como se fosse o Paulo Sant’Ana das barrancas. Toda essa liberdade tem um custo, pois sou responsável pelas ideias que expresso e pelos fatos que porventura divulgo. O limite da minha liberdade é a medida da minha responsabilidade.
Para o leitor que conseguiu chegar até aqui (muitos desistem) afirmo que a Constituição Federal garante a liberdade de expressão. E também garante a proteção aos direitos da personalidade, à honra, à imagem, à privacidade, à inviolabilidade do domicílio. Caso o Prefeito Marcelo Caumo considere este artigo ofensivo, talvez eu venha a ser processado e tenha que me explicar perante a Justiça. Talvez eu seja instado a me retratar. Mas jamais poderei admitir que alguém censure meu direito de livre manifestação, de expor minha opinião. Jamais vou admitir que alguém mande a polícia invadir a minha casa para apreender meu computador, meus documentos pessoais, meus escritos e manuscritos, por aquilo que disse ou que deixei de dizer.
Se tudo correr bem e o meu amigo Patrola concluir a leitura, da próxima vez que nos encontrarmos daremos boas risadas e falaremos nos absurdos que vêm ocorrendo Brasil afora. Falaremos de Lajeado, dos problemas e dos projetos. Tudo com muita franqueza e bom humor.
Opinião
Ney Arruda Filho
Advogado
Coluna com foco na essência humana, tratando de temas desafiadores, aliada à visão jurídica