“Para mim, jornalismo é paixão”

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“Para mim, jornalismo é paixão”

Natural de Cruzeiro do Sul, o jornalista e professor Elmo Loeblein, 77, produz sozinho o jornal De Olho, um veículo de comunicação alternativo que circula na segunda quinta-feira do mês em Lajeado. No próximo dia 26, o jornal completa 28…

“Para mim, jornalismo é paixão”

Natural de Cruzeiro do Sul, o jornalista e professor Elmo Loeblein, 77, produz sozinho o jornal De Olho, um veículo de comunicação alternativo que circula na segunda quinta-feira do mês em Lajeado. No próximo dia 26, o jornal completa 28 anos

Quando começou a sua história no jornalismo?
Foi em um programa de domingo da rádio do Grupo Independente. Eu fazia A Voz da Juventude Agrária Católica, das 11h30 às 12h. Na época também era professor em Cruzeiro do Sul, Bom Retiro do Sul e em Estrela. Em 1967, comecei a trabalhar no jornal Alto Taquari e fiquei lá até o jornal ser transferido a Arroio do Meio. Fui o primeiro redator. Mas eu não tinha graduação de jornalismo, então fiz um um curso e recebi o registro de jornalista em 1970. Neste período de 1967, eu trabalhava na prefeitura de Cruzeiro do Sul de dia, e fazia o jornal de noite.
 
Eu ia nas sextas-feiras à noite até Porto Alegre para acompanhar a impressão do jornal, e voltava no sábado de manhã, às 10h, para a distribuição. Quando saí do Alto Taquari, ainda trabalhava na prefeitura, e fazia um jornal matinal na rádio Gazeta, antes de ir para lá. Eu tinha os equipamentos em casa. Em 1973, vim para Lajeado e, no ano seguinte, comecei na redação de notícias da Independente. Também tinha uma coluna no jornal Informativo. Em 1975, fui convidado para ser correspondente do Correio do Povo, da região do Alto Taquari.
 
Como foi a criação do jornal De Olho?
Sempre tive vontade de fazer um jornal para escrever o que eu pensava. O jornalista deve ser independente. Só que isso não existe. No meu primeiro editorial do De Olho, escrevi que eu estava lançando um jornal alternativo. E daí foi e continua sendo um grande desafio. Precisa de muito fôlego, principalmente na parte financeira. Tenho anunciantes desde o começo, e é assim que sustento o meu jornal. Ainda sobra uns troquinhos no fim do mês. Uso a publicidade como um serviço do jornal, mas não dá para misturar. O De Olho tem 12 páginas e circula na segunda quinta-feira de cada mês, com 2,5 mil exemplares distribuídos gratuitamente em bairros de Lajeado. Quero fazê-lo chegar pelo menos aos 30 anos, depois vamos ver o que será.
 
Como é fazer um jornal sozinho?
É um stress para falar a verdade, porque eu pego o material, redijo, dou a primeira revisada, e antes de mandar para Santa Cruz, onde ele é impresso, dou mais uma olhada. Mesmo assim saem erros, porque meus olhos se acostumam com a leitura.
 
Como você vê o jornalismo impresso em meio à era digital?
Vai continuar, porque tem pessoas que preferem o jornal físico. Mas ele vai ter que mudar. Só com matérias bem feitas. O dia a dia vai sair na internet. O jornalismo impresso me deu experiência. Quando fui correspondente, escrevia de tudo e aprendia uma coisa nova com cada matéria. Mas hoje a pressa faz com que o jornalismo perca a qualidade. Para mim, jornalismo é paixão. Senão, eu não tinha feito tudo o que fiz.
 

BIBIANA FALEIRO – bibiana@jornalahora.inf.br

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