O Vale do Taquari é considerado como uma região única faz poucas décadas. Até pouco tempo, e que bom que isto está superado, tínhamos o rótulo de baixo e o alto Taquari, uma distinção entre as regiões alta e baixa do Vale do Taquari, vinculada à colonização e às dinâmicas sócias e econômicas diferenciadas que aconteceram ao longo do tempo nos territórios.
Felizmente conseguimos superar as distinções e hoje tratamos do Vale do Taquari enquanto tal. Isso não quer dizer que somos todos iguais e que as necessidades territoriais são as mesmas, mas conseguimos compreender que existem escalas diversas. Ou seja, há necessidades e questões a serem resolvidas nos diversos municípios, na escala local; outras a serem enfrentadas na escala microrregional, como nos grupos de municípios que se identificam por suas características geográficas, econômicas e sociais, como o Consórcio G8, o grupo do G10 ou o grupo do G5; por fim, existem temas e necessidades a serem debatidos na escala regional, pelo Vale do Taquari como um todo.
Nenhuma escala depende necessariamente da outra. Os municípios possuem autonomia para se dedicar às questões locais, já as microrregiões proporcionam a articulação intramunicipal para temas como do turismo ou de soluções para problemas como dos resíduos sólidos. Por fim, várias são as questões prioritárias regionalmente, como as discussões da BR 386, das ERSs 129/130, da Empresa Gaúcha de Rodovias, da cadeia leiteira, das questões da segurança pública, e de tantos outros temas de interesse regional.
Isto é, as escalas territoriais, local, microrregional e regional, devem atuar articuladamente e, assim, os projetos desenvolvidos em uma não anulam os projetos das outras, muito antes pelo contrário, se potencializam com as outras.
No entanto, mais relevante que atuação articulada das escalas é a consolidação da identidade regional. O Vale do Taquari possui entidades que, de forma integrada ou não, atuam em prol de temas regionais. O nome do Vale é destacado por todos e a noção coletiva prepondera.
Tenho clareza, por conhecer outras regiões do Estado e do País, que o Vale se destaca pela forma associativa, colaborativa e integrada que atua. Isso possibilita que sejamos precursores em muitas das discussões de temas e problemas da nossa região e que, inclusive, transcendem ao Vale.
Assim, estamos no caminho, o Vale do Taquari é Vale do Taquari e todos reconhecem esta como a nossa região. O nosso objetivo é e deve ser a busca por maior integração entre as diversas entidades que trabalham em prol do desenvolvimento da região e dos municípios, afim de aumentar a força e efetividade na execução dos projetos regionais. A atuação conjunta nos levará a consolidar a nossa identidade regional, a partir da integração entre instituições e entre as escalas regionais.
O desenvolvimento harmônico e sustentável do Vale do Taquari é o caminho a percorrer, e a participação social e a articulação dos atores são o meio para alcançarmos nossos objetivos.
Opinião
Cíntia Agostini
Vice-presidente do Codevat
Assuntos e temas do cotidiano