Palestrante na Univates atacou o fenômeno e informou que os adolescentes se deram conta e já não querem o mundo virtual
Sobram pesquisas e comprovações de que a alienação causada pelas redes sociais criou uma legião de frustrados e depressivos nas telas virtuais. Dar uma espiadinha na vida alheia tornou-se tão viciante quanto consumir outras drogas. Mas parece inofensivo.
Não conseguir ficar longe das redes sociais e, quando publicar, logo contar o número de “likes” é sinal de vício. Em 2017, um estudo na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, publicado na revista Psychological Science, mostrou que o cérebro fica exultante com likes. Feedbacks positivos, aparentemente, nos deixam felizes.
Pesquisadores da Free University de Berlim também descobriram que as interações positivas nas mídias sociais ativam uma área do cérebro responsável pelo sentimento de prazer, assim como nas relações sexuais e jogos de azar.
O cérebro humano responde ao que os psicólogos chamam de “recompensas variáveis intermitentes”: é como um animal quando é recompensado a toda nova tarefa feita. Isto é o que alimenta os aplicativos populares de smartphones, bem como os cassinos.
Quando são os adultos os viciados, ainda vai. O problema está nas crianças e adolescentes expostos sem filtros. Seus cérebros são impactados de tal forma que substituem o tempo para desenvolver atividades vitais – que permitem sinapses –, por horas no vício. Por consequência, atraem problemas e patologias como ansiedades, fobias e até suicídios.
O jovem termina a maturação do cérebro após os 21 anos. Tudo o que diz respeito ao controle dos impulsos, ele não tem. Os pais devem prestar atenção e acompanhar os filhos da mesma forma como fazem em qualquer outra atividade – aconselha Cristiano Nabuco, do Instituto de Psiquiatria da USP. E a responsabilidade dos adultos é de dar o exemplo.
O impacto na saúde pública ainda está por vir. Cientistas e psicólogos alertam para uma epidemia. Consultórios médicos cada vez mais lotados por pessoas com novas doenças, há pouco, desconhecidas.
Como diz o neurolinguista Nelson Spritzer: fazemos escolhas. Se alienar ao celular e deixar a vida passar é uma escolha de cada um.
O problema é quando se trata de menores, ainda sem o discernimento ou sem o cérebro formado para decidir maduramente. Na palestra do comunicador Arthur Gubert, por ocasião do lançamento do Pro_Move Lajeado, o público não arredou o pé, enquanto soltava o verbo contra as redes sociais. Mostrou pesquisas e dados de que os adolescentes já perceberam a superficialidade. É como se estivessem sentindo falta da vida real e buscando novas formas de relacionamento.
Faz todo sentido. O cérebro humano não consegue trabalhar com os aplicativos e tecnologias multitarefas. Isso porque nos distraímos e atrapalhamos. Uma pessoa consegue se concentrar em uma tarefa dentro de um período de cinco minutos até uma hora e, quando se distrai, pode levar até quinze minutos para se concentrar novamente.
Talvez os nossos adolescentes estejam sentindo esta falta de qualidade de vida, e a própria natureza, se encarregando de reeducar os “humanos” a utilizarem a tecnologia com razoabilidade.
Nunca esquecerei de uma palestra de um professor da USP de São Paulo, no Congresso Internacional de Publicidade, em Gramado: “o futuro pertence aos que dominarem a tecnologia e não aos dominados por ela”, sentenciou. E eu concordo.
Bom fim de semana a todos!
Legado à cooperação
Egon Édio Hoerlle representa o fim de um ciclo no cooperativismo regional. Durante 50 anos de sua vida, dedicou energia e rompeu paradigmas na eletrificação rural. Visionário e entusiasta da responsabilidade socioambiental, deixa um legado de inspiração sobre o espírito de cooperação. Morre o líder, mas fica o seu ensinamento de liderança!
Fake News…
Áudios circularam pelas redes de WhatsApp nesta semana acerca do projeto de lei que o Executivo de Lajeado protocolará na câmara sobre mudanças no regime estatutário. A presidente do Sindicato dos Servidores, Patrícia Rambo, acusou o governo de estar tirando direitos, como Abono e Licença-Prêmio. A reação veio em seguida, qualificando de Fake News, o áudio da presidente.
Terceira via
O ex-vereador Daniel Fontana (PSB) de Lajeado articula, nos bastidores, o que denominam de uma terceira via na próxima eleição municipal. Fontana e seu padrinho político, o empresário Márcio Klaus, têm convidado políticos e conhecidos para a troca de ideias. Esta semana foi a vez de um grupo da velha guarda do PP: Isidoro Fornari Neto, o secretário Lourival Silveira, Osmar Pedro Mezacasa e Carlos Kayser, todos integrantes do governo de Marcelo Caumo.
Outras vias
Até aqui especula-se a reeleição do atual prefeito Marcelo Caumo(PP). Ele registrou desistência em cartório antes das eleições. A vice, Gláucia Schumacher, do mesmo partido, desconversa quando questionada sobre o futuro tabuleiro eleitoral. Mas é certo que um dos dois estará na linha de frente, com PSDB e demais aliados.
No MDB, o nome de Carlos Ranzi tem a preferência do articulador Celso Cervi, que prepara o terreno para uma nominata reforçada à câmara municipal em 2020. O PDT está um tanto discreto. A possível filiação de Sérgio Kniphoff e Sérgio Rambo, durante a janela eleitoral, pode dar novo fôlego ao partido e assim pleitear cabeça de chapa.
Não prestou contas
A Justiça Eleitoral de Lajeado decidiu extinguir o PPS na cidade. O motivo foi a falta de prestação de contas. Alguns filiados estão apreensivos, pois não conseguem sua desfiliação para ingressarem em nova sigla.
Oportunista?
A desfiliação de Renato Altmann do PP de Teutônia desagradou setores internos do antigo partido. A habilidade de Celso Cervi na negociação é reconhecida, porém, o mesmo não serve para Altmann. Alguns o acusam de oportunista, já que foi prefeito durante dois mandatos pelo PP, e agora ruma ao MDB, com a expectativa de que o PP vá de arrasto. “Ele não comerá a sopa como está pensando”, confidencia um pepista incomodado, e que prefere não se expor. A relação está estremecida.