“Se eu pudesse viver só do desenho, viveria”

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“Se eu pudesse viver só do desenho, viveria”

Nas horas vagas, o vigilante Airton Atkinson, 46, desenha rostos. Fã dos rabiscos desde criança, o morador do bairro Moinhos D’Água alavancou a fama de caricaturista ao adotar como identificação artística o nome do maior símbolo brasileiro da F1.  …

“Se eu pudesse viver só do desenho, viveria”

Nas horas vagas, o vigilante Airton Atkinson, 46, desenha rostos. Fã dos rabiscos desde criança, o morador do bairro Moinhos D’Água alavancou a fama de caricaturista ao adotar como identificação artística o nome do maior símbolo brasileiro da F1.

 
Como o senhor descobriu esse talento?
Eu desenho desde criança, sempre rabiscava. Desenhava até no guarda-roupas da minha mãe – e apanhava às vezes. Nas aulas de Artes eu sempre tirava 10. Eu copiava desenhos de gibi: Pato Donald, Mickey. O meu irmão mais velho também desenha, mas ele não seguiu. Se eu pudesse viver só de desenho, viveria.
 
Como o senhor foi usando esse dom ao longo da vida?
Eu sou um desenhista copista: eu olho e copio. Desenho rostos, então, a pessoa manda a foto pelas redes sociais e eu copio. Aliás, aumento os traços mais predominantes; deixo mais nítido. Fiz curso de pintura, e fazia pintura numa época, mas não me encaixei muito.
 
Não corre o risco de destacar alguma característica indesejada e desagradar o freguês?
É, a gente não pode exagerar, senão não vende. Teve uma que eu fiz de família e a mãe pediu para não mostrar muito que o filho tinha orelhas de abano. Temos que ter um traço mais delicado. Claro que tem gente que pede, para zoar amigos. Mas tudo é questão de destacar mais o olhar, o sorriso; daí fica bonito.
 
Então, o seu negócio é desenhar rostos?
Cada artista tem uma área, e eu me identifiquei com a caricatura. Faço caricaturas desde 2014. Comecei fazendo de algumas pessoas mais conhecidas da cidade, para merchandising, como o doutor Sergio Kniphoff e esposa, o Renato Souza, da Independente, e o Marcel Stürmer (patinador). No início usava caneta esferográfica, mas hoje uso lápis. Já aconteceu de me pedirem se eu faço nu, mas esse tipo de coisa eu não faço – faço corpo, mas dentro de um padrão. Já fiz também carro, caminhão e até cachorro. Teve uma mulher que pediu para eu fazer dos três chow-chows. Por enquanto, eu só faço olhando fotos, mas quero me aperfeiçoar para conseguir fazer na hora, olhando a pessoa.
 
E o nome Airton Senna, veio de onde?
É só para fazer propaganda. Meu sobrenome é meio complicado, então pensei em pegar um mais conhecido. Sempre fui fã dele, e deu certo: o pessoal me conhece por Airton Senna. Às vezes, não dou conta de fazer tantos pedidos.
 

GESIELE LORDES – gesiele@jornalahora.inf.br

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