Andressa Brugalli, 26, começou a receber mensagens de amigas faz três semanas. Elas informavam sobre um perfil falso, com nome de Patrícia da Silva, que estaria usando fotos dela.
Em seguida, fez uma denúncia à administração da rede social facebook e a conta foi excluída. Alguns dias depois, na quinta-feira da semana passada, um homem desconhecido lhe comunicou que uma pessoa estava fazendo contato com ele e se passando por Andressa. “Não conheço esse cara, mas ele me disse que havia percebido algo estranho e resolveu manter as conversas com esse fake. Para se encontrarem, esse perfil que usava as minhas imagens pediu dinheiro”.
O homem encaminhou para ela uma cópia da conversa via whatsApp e novamente ela fez uma denúncia ao facebook. “Amigos passaram a me falar para registrar na polícia, para eu inclusive me proteger caso ocorresse algo.”
Na sexta-feira da semana passada, outro homem entrou em contato pelas mensagens do facebook. “Ele achou que era verdade
e começou a dizer que eu tinha feito ele de idiota, pois havia marcado um encontro que estava com o dinheiro e eu não apareci.”
Andressa trabalha em uma loja no centro de Lajeado. “Ele inclusive disse que havia me visto na rua e descreveu a roupa que eu estava usando.” Nesta ocasião, novamente recebeu uma cópia das conversas via whatsApp e o número era o mesmo dos dias anteriores.
Um dia depois, um novo contato de outro homem. “Ele me perguntou se eu havia desistido dos R$ 150.” Depois desse fato, foi até a delegacia de polícia registrar a ocorrência. “Tentei fazer contato com esse número, mas não tive resposta. Desisti de me envolver e fiz o Boletim de Ocorrência.”
Como forma de alertar sobre o golpe, fez uma postagem na página dela do facebook. “Pedi para os meus amigos disseminarem a informação correta. Como não uso muito as redes sociais, não sei há quanto tempo isso estava acontecendo.” O intuito, diz Andressa, é alertar as pessoas para serem mais conscientes sobre o uso das ferramentas de informação e ter mais cuidado na hora de se comunicar com desconhecidos.
“Soldado americano”
Em fevereiro deste ano, um dos casos mais rumorosos de crimes cibernéticos apareceu nas páginas do A Hora. Criminosos passavam-se por militares americanos para seduzir mulheres. O perfil falso levava o nome de Derick Varney. Ele contatava as vítimas e dava detalhes que tornavam a história mais realista.
Após ganhar a confiança das mulheres, passava a pedir dinheiro. Afirmava que tinha um pacote com dólares e pertences valiosos e iria enviar para ela, que era a única pessoa em quem ele confiava no Brasil. Ele alegava não ter acesso ao recurso pois os bancos da Síria haviam sido explodidos por terroristas.
Para liberar o envio, ela precisava depositar uma quantia em dinheiro. Em um dos casos, uma vítima fez vários depósitos. No montante, o prejuízo teria chegado aos R$ 623 mil.
FILIPE FALEIRO – filipe@jornalahora.inf.br