Que piquenique foi esse?

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Que piquenique foi esse?

O piquenique que virou o assunto da semana em Lajeado requer reflexão e reação à altura que a gravidade do tema merece. Tem algo de muito errado quando situações deste tipo tomam a proporção que tomaram.
 
Desde quinta-feira passada, dia do polêmico piquenique, parte da sociedade lajeadense se mostra perplexa com o ocorrido. Mas não deveria. O promotor Sérgio Diefenbach, em entrevista ao A Hora de ontem, muito bem resumiu: “É um reflexo da nossa sociedade”. E é mesmo. Essa deve ser nossa primeira compreensão para usar o fato para evoluir e, oxalá, evitar que se repita. Reagir com espanto e tratar como obra do acaso é querer mascarar a realidade que nos cerca.
 
Punir os excessos, apurar os abusos e manter a ordem são tarefas prioritárias da escola e, por consequência, do Ministério Público, que entrou no caso. A direção da escola sustenta que não houve consumo de drogas no espaço. Abuso ocorreu, como bem mostra o vídeo que – irresponsável e lamentavelmente – corre pelas redes sociais sem parar. A propósito: só compartilha e reencaminha este vídeo à toa quem não consegue se colocar na pele daqueles pais, muito menos dimensionar o impacto que as imagens podem gerar na vida daquelas crianças.
 
Chega de espetacularização. Não é hora para caçar as bruxas, muito menos usar o incidente – que é grave – para ofuscar todo o trabalho que é desenvolvido pelo Colégio Evangélico Alberto Torres. O momento requer equilíbrio e precisa ser tratado com maturidade, rigidez e serenidade.
 
Aliás, qual seria a reação desta mesma sociedade hoje perplexa e em polvorosa, se o caso tivesse ocorrido em uma escola pública, de preferência na periferia lajeadense? Cobraríamos punições e nos importaríamos tanto? Deixaríamos o assunto invadir nossos jantares de família, nossas confraternizações de fim de semana? Pois é.
 
Justamente por isso é preciso ir além do fato para entender as razões e as consequências. Nenhuma escola, pública ou privada, consegue ser uma ilha social. A sociedade é uma só, querendo ou não querendo. Que este episódio desagradável e lamentável sirva para todos fazerem a reflexão apropriada. Aos familiares diretamente envolvidos, coragem e resiliência para realinhar o que deve estar fora da curva. Não esqueçamos: a família é a base número 1. À escola, que tire as lições necessárias, assuma suas responsabilidades e não faça o assunto parecer menor do que de fato ele é.
 
Uma coisa é certa. O episódio é incapaz de tirar o brilho do trabalho histórico e atual que o Ceat desenvolve. Nenhuma instituição de ensino se destaca, ano após ano, em nível estadual e até nacional, por acaso. Mas nem por isso é ou será perfeita. Vamos todos colocar a mão no próprio nariz e seguir adiante.
 

Alerta aos pais

A matéria das páginas seguintes é mais um alerta aos pais, especialmente idade até 10 anos. Criminosos burlam os algoritmos de proteção de sites infantis e invadem conteúdos mais assistidos pelas crianças. A Momo, personagem macabra, é a mais recente aparição nas telas virtuais que estimula auto-mutilação e até o suicídio. Para quem transfere a educação ou a ocupação do filho para a internet, melhor repensar as atitudes.
 

Impacto digital

O Workshop do Negócios em Pauta, o terceiro deste ano, aborda tema inquietante e fundamental para as organizações. A partir das 19h30 de hoje, a Acil recebe painel sobre a transformação digital e o impacto da tecnologia nos negócios. Especialistas em TI com distintas qualificações discutem saídas e estratégias a serem tomadas nas instituições a fim de acompanhar a revolução em curso. A participação é gratuita, mediante prévia inscrição pelo site do A Hora.

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