A renovação em cerca de 50% da Câmara dos Deputados, nas últimas eleições, sinaliza que grande parte da sociedade quer algo completamente diferente daquilo que os políticos vinham fazendo até então. Esse novo momento político que estamos vivendo exige uma outra postura e não é menos desafiador que o anterior, pois os problemas são velhos e permanecem à espera de uma solução. Acredito que este é o grande desafio que estamos vivendo, de transformar a política e fazer com que ela esteja mais próxima das pessoas.
Inicio o meu primeiro mandato procurando dar o exemplo. Há poucos dias, doei o auxílio mudança de R$ 24,5 mil recebido da Câmara dos Deputados para dois hospitais: R$ 16 mil para a UTI neonatal do Hospital Municipal de Novo Hamburgo e outros R$ 8,5 mil para o Hospital São José de Taquari. E por falar em auxílio mudança, em parceria com o deputado Daniel Trzeciak protocolei projeto de lei que impõe novas regras à ajuda de custo para despesas de mudança e transporte de parlamentares.
Queremos impedir o pagamento do benefício em caso de reeleição ou eleição consecutiva, pois entendo que o deputado que foi reeleito não faz mudança alguma. É preciso cortar na própria carne. O fim do foro privilegiado, como o próprio nome já diz, é outra dessas benesses que deve ser eliminada. Ser honesto não é favor, é uma obrigação. Por isso, político que dá resultados à sociedade não necessita de proteção especial da lei.
O foco deve estar nas reformas que o país precisa e não nos próprios interesses. Estamos próximos de um desses momentos decisivos para o país. Devemos ter a responsabilidade de aprovar a reforma da Previdência que o Brasil precisa, e não aquela que alguns querem. Da mesma forma, o Pacote Anticrimes também aguarda para ser votado e será um avanço importante no combate à criminalidade. Ainda este semestre temos expectativa de votar o projeto da Lei Kandir, o que deverá dar um alívio às contas do RS. A dívida do RS é outro desses assuntos urgentes que precisam de uma solução.
Todos sentimos diariamente as consequências da falta de capacidade de investimentos do Estado. Por isso, precisamos também rever urgentemente o Pacto Federativo. Esta semana instalamos uma Frente Parlamentar para tratar sobre este tema, pois não é justo que 70% de tudo que arrecadamos fique para a União, enquanto a vida das pessoas acontece nos municípios. Ou seja, os desafios são muitos e aguardam o empenho de quem foi eleito para enfrentá-los.
O Rio Grande do Sul e o Brasil dependem muito do trabalho da Câmara dos Deputados, pois de lá partirão as mudanças estruturais que devolverão ao estado brasileiro as condições de investir naquilo que é necessário e prioritário para a população.
Opinião
Lucas Redecker
Deputado federal mais votado no Vale do Taquari
Assuntos do cotidiano e política