Aproveitando o “gancho” que deixaram Albano Mayer e Cíntia Agostini, quando falam de inovação e trabalho cooperativo, me surge a ideia abordar uma temática que temos, eu e o Prof. Dr. Marlon Dalmoro, discutido com nossos alunos do Mestrado em Sistemas Ambientais Sustentáveis na disciplina de Ecoempreendedorismo, iniciativa que tem tudo para movimentar ainda mais o Vale do Taquari.
Temos presente o despertar da sociedade para as questões ambientais e sociais, para os impactos sobre as gerações futuras e a necessidade de intervenção para modificar o rumo, os Econegócios podem constituir-se em alternativa para tal mudança, sejam empreendimentos com viés ambiental ou social. Uma diferença, entre o empreendedor tradicional e os ecoempreendedores, é destacada por Boszczowisk e Teixeira (2012) quando afirmam que o primeiro tem foco no valor econômico dos empreendimentos, enquanto os segundos inserem em suas premissas o objetivo de buscar um “desenvolvimento sustentável” que contempla também as questões sociais e ambientais.
Para auxiliar na criação de ecoempreendimentos uma contribuição interessante foi a adaptação da ferramenta Canvas para o Ecocanvas, desenvolvida por Nicola Cerantola em 2017, que propõe a Análise PESTAL – Político, Econômico, Social, Tecnológico, Ambiental e Legal – que permite avaliar os ecoempreendimentos possibilitando a reunião de serviços e produtos que visam mitigar o uso dos recursos naturais ou solucionar problemas que afetam as comunidades.
Há quem faça questionamentos sobre as motivações para ecoempreender: são realmente ideológicas ou há, por detrás do pano, uma motivação prevalentemente econômica? As discussões, em sala de aula nos levam a acreditar mais na segunda hipótese, pois visualizando os diferentes exemplos encontramos mais “empresas verdes” do que “empresas verdes-verdes”, as primeiras são motivadas muito mais por aproveitar uma oportunidade de mercado, as segundas são criadas para transformar a comunidade em que se encontram de forma social, ambiental e não só economicamente, embora saibamos que essas dimensões estão intimamente interligadas.
Temos observado iniciativas no Vale do Taquari em ambas as direções sendo essa uma boa forma de Inovar Juntos. Talvez essas discussões possam ser inseridas no contexto do Pro_Move Lajeado como mais uma ação a ser desenvolvida para tornar a região ainda mais dinâmica. Bem, fica o desafio: ser um ecoempreendedor.
Opinião
Carlos Cyrne
Professor da Univates
Assuntos e temas do cotidiano