Crime avança. Região aposta em delegacia especializada

SEGURANÇA PÚBLICA

Crime avança. Região aposta em delegacia especializada

Instalação da Draco tem autorização prévia do Piratini. Articulação regional quer garantir contrapartida com aluguel de imóvel até maio. Na outra ponta, Estado teria de enviar oito agentes da PC e quatro viaturas

Crime avança. Região aposta em delegacia especializada

Homicídios ligados à participação de gangues de drogas, furtos e roubos de cargas, abigeatos e lavagem de dinheiro terão uma investigação específica. Para tanto, a região se articula para conseguir uma Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
 
Com participação do Ministério Público (MP), do governo de Lajeado, Justiça, Brigada Militar e Polícia Civil, o movimento iniciou no fim do ano passado e conta com uma autorização prévia do governo estadual.
 
A estimativa das autoridades é que a repartição esteja em operação no início de junho. Pelo acordo, o governo de Lajeado ficaria responsável pelo pagamento do aluguel da nova delegacia e pelo mobiliário, enquanto a Secretaria Estadual de Segurança Pública garantiria o efetivo adicional de agentes e as viaturas.
 
Conforme o secretário municipal de Segurança Pública, Paulo Locatelli, em 2018 o delegado regional apresentou a necessidade dessa delegacia o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo.
 
Após o primeiro contato, diz o secretário, foi agendada uma reunião com o chefe de polícia. “Ratificamos o interesse em ter essa delegacia devido à presença crescente de grupos criminosos organizados”, diz.
 
Com esse processo em andamento, a administração municipal foi informada pela Polícia Civil sobre qual imóvel atenderia os requisitos da delegacia. Agora a equipe da Secretaria de Planejamento fará os trâmites burocráticos para comparar se o valor do aluguel condiz com o preço da avaliação imobiliária. Com o aval técnico, diz Locatelli, o prefeito Caumo poderá autorizar a locação.
 

Reunião na Capital

A comitiva de autoridades do Vale do Taquari tenta agendar uma reunião para a próxima quarta-feira com o vice-governador e secretário de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior. O encontro tem o propósito de mostrar a força da articulação regional em defesa da segurança pública.
 

“Vamos solucionar mais casos ligados ao crime organizado”

O delegado regional, José Romaci Reis, enaltece a importância da Draco para o Vale do Taquari. Segundo ele, haverá mais agilidade nas investigações e na solução dos crimes.
 
A Hora – Em que estágio está a instalação desta delegacia?
José Romaci Reis – Pelo próprio decreto do governo estadual, essa delegacia depende da disponibilidade de prédio, mobiliário, viaturas e, principalmente, de novos policiais que estão em treinamento. Então estamos negociando com o governo de Lajeado a cedência do prédio e do mobiliário. Ficaria a cargo do Estado a equipe de policiais e as viaturas. Em um primeiro momento, pedimos oito agentes e no mínimo quatro veículos.
 
Essa delegacia atenderia só Lajeado ou será de atuação regional?
Reis – Vai atender a área de abrangência do Vale do Taquari. Terá atuação nos 31 municípios que fazem parte da 19ª regional da Polícia Civil. Evidentemente não investigará todos os crimes.
 
 
Qual a importância de ter essa estrutura no Vale do Taquari?
 
Reis – Teremos equipes voltadas para investigações específicas. Não entram casos de estelionato, pequenos furtos, roubos simples sem lesão. Esses crimes ficam a cargo da distrital.
A Draco terá mais tempo e mais gente investigando crimes pontuais. Sem dúvida, vai interferir na agilidade do trabalho policial. Vamos solucionar mais casos ligados ao crime organizado. Por ser especializada, a tendência é que se investigue com mais precisão esses crimes além da lavagem de dinheiro. Aí entra a apuração sobre facções criminosas.
 
 
De que forma pode-se reduzir a força desses grupos?
Reis – A lavagem de dinheiro é um dos motes da investigação policial. Temos de coibir esse tipo de crime, pois só com a descapitalização dessas quadrilhas é que conseguiremos algum êxito. Do contrário, eles se reorganizam e mesmo que se prenda um ou outro, vão trazer mais gente e continuar atuando.
 
Outro movimento é chegar nos cabeças dessas organizações. Obviamente que para fazer isso é preciso ter uma investigação acerca do capital arrecadado por essas facções. Identificar o que eles conseguiram adquirir por meio dos crimes e aí temos como tirar deles. A partir disso, vamos quebrar com esta evolução do crime. Se esses mandantes já estiverem presos, temos de mandá-los para bem longe e isolar.
 
 
Qual a previsão para a instalação dessa delegacia?
Reis – Nossa estimativa é que esteja pronta até o fim de maio. Pois é o momento que os novos agentes saem da academia. Tendo o prédio pronto, é só o Estado enviar o efetivo. Isso tem que funcionar, do contrário, a Draco não será implantada.

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